segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Chavela Vargas, a personificação da dignidade humana

Ontem partiu uma grande mulher, cuja história pessoal chamava tanto a atenção como o próprio talento. A intérprete que dramatizava cada verso cantado, tinha o dom de expressar a beleza exata que possui a tristeza e a melancolia.
A mulher que atuou onde somente podiam os homens. A mulher que amou outras mulheres e se orgulhava de nunca ter deitado com alguém do sexo oposto.
Uma pessoa que superou uma doença muito difícil: o alcoolismo. Quando se pensava que podia estar próxima do fim, ressurgia com tanta vitalidade e frescor que se não fosse pela alegria de saber que prosseguia, ficaríamos espantados.
O seu último disco foi gravado recentemente aos 93 anos de idade, em homenagem a Federico Garcia Lorca. Esteve aqui em Madri no mês passado, onde se apresentou pela última vez. Quando lhe perguntaram se havia se arrependido de ter feito essa viagem, ela respondeu:
"Eu sabia perfeitamente quais eram os riscos e é claro que valeu a pena. Disse adeus a Federico, aos meus amigos e a Espanha. E agora venho morrer no meu país."
 Apesar de ter nascido na Costa Rica, Chavela morou no México a maior parte de sua vida, mais de sete décadas. É indubitavelmente um dos maiores símbolos deste país e foi em Cuernavaca onde faleceu, cidade a 85 km da capital mexicana.
Chavela teve uma infância muito difícil, mas quando cresceu, fez o que quis da própria vida. Essa foi outra característica sua. É bonito viver da forma que se é e até a o seu falecimento foi um grande exemplo. Viveu e morreu com muita, mas muita dignidade.



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