quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Aos amigos...


Ultimamente sinto potencializado o amor que sinto pelos meus amigos. Sempre fui consciente desse sentimento, mas existia uma série de fatores e circunstâncias que me empurrava para dentro de mim mesmo. É o egocentrismo nato do ser humano. Estamos tão preocupados com as responsabilidades que assumimos que deixamos a vida passar. Nos preocupamos com tantas coisas e não nos ocupamos em viver.
Outro dia conversando com uma grande amiga, ela disse que as maiores conquistas da vida dela foram as afetivas. As materiais, ela sabe, não tem nenhuma importância. Essas palavras são como as canções de amor. Quando não estamos apaixonados, escutamos música e lemos poemas românticos que nos parecem bonitos, mas não os sentimos de verdade. Isso só é possível quando estamos perdidamente loucos por alguém. Aí tudo faz sentido... são como as palavras da minha amiga, se você não sente, elas são apenas conjuntinhos de letras.
A diferença entre uma paixão (que é uma patologia que pode ser maravilhosa, pois ela pode deixar um grande amor como consequência) e o sentimento de amizade é que o segundo não é efêmero... é algo eterno. É um elo que liga para sempre.
O tempo pode passar. As divergências, as brigas, os desentendimentos, a distância e todos os fatores que contribuem para a nossa evolução como ser humano podem interferir em uma relação de amizade. Quando ela é verdadeira, ela pode sofrer inúmeros arranhões, mas nunca morre. E a verdade sobre essa relação sempre tem a ver com o próprio indivíduo.
A amizade é outra expressão de amor. E nela a carência de pedir perdão ou perdoar, desaparece. O seu filho precisa pedir perdão para ser perdoado? Não. E então você pode me dizer que um filho é mais sagrado que um amigo... não sei. Oxalá pudéssemos experimentar a equiparação de amor por todos. Garanto, ninguém perde com isso.
Por isso sou feliz. Nos ensinam que o perdão é um ato necessário para seguir caminhando. Mas quando amamos, ele perde o sentido. Por isso acho equivocado o que muitas religiões pregam. Se Deus é nosso pai, não há necessidade de lhe pedir perdão.
Somos humanos. Falhamos, cometemos erros e muitas vezes repetimos os mesmos reiteradas vezes. Há gente que aprende na primeira e para outros é necessário novas tentativas. Às vezes é importante a distância para oxigenar a relação. Somos variáveis e é humanamente impossível estar em sintonia com o outro de forma constante.
Não peço perdão aos que por algum motivo se afastam de mim carregados de amarguras. Porque eu os amo. Se por alguma eventualidade eu não pude preencher as expectativas de alguém, não me sinto culpado. Sou tão falho quanto você.
Aprendi a não depositar nos outros o meu desejo de que eles sejam personagens obrigatórios para tornar o meu mundo, que é tão complexo, mais agradável. Estou aprendendo a deixá-lo maravilhoso por minha conta e nele há lugar para todos.
Espero que muitos aprendam a curar suas próprias carências e que troquem as masturbações mentais pelas físicas (afinal nosso corpo está desenhado para nos proporcionar prazer também). Não perder tempo julgando os demais e olhar para si mesmo da maneira mais sincera possível. Tentar corrigir o que faz que você não perceba o amor pelos demais.
Posso estar equivocado nos meus conceitos, muitas vezes eu estou e é por isso que amo viver... pois sinto a liberdade de mudar de ideias. Normalmente elas não atingem princípios que considero essenciais para viver feliz.
Se por qualquer coisa você guarda algum rancor ou ressentimento por alguém, não espere o pedido de perdão. Procurar o caminho em você mesmo para que esses sentimentos desapareçam do seu coração é uma ótima alternativa. Viva e deixe viver.


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