sábado, 31 de março de 2012

Diamante de cinzas humanas

A mente humana é o objeto mais complexo do mundo. Existe uma diversidade infinita de gosto e comportamento. Há poucos dias fiquei sabendo da produção de diamantes feita a partir de cinzas humanas. Isso já vem acontecendo há alguns anos e está se tornando cada vez mais popular. Parece que eu fui um dos últimos a saber. Então fui pesquisar a respeito e deixo aqui uma síntese das informações que obtive, para alguém que ainda não tenha ouvido falar sobre esse assunto.
A natureza demora milhões de anos para transformar o carbono em diamante, que são formados a 80 e 190 kilômetros abaixo da superfície terrestre, pois é nessas profundidades que existe a pressão e temperatura adequadas. As pedras sobem à superfície com a ajuda dos vulcões.


Pois em 2004, na Suiça,  Rinaldo Willy e Weit Brimer patentearam uma técnica (alta pressão e alta temperatura) desenvolvida na Rússia, para fabricar diamantes com as  cinzas resultantes da cremação de corpos, que nada mais é que puro carbono, em apenas seis semanas.
A pioneira Algordanza conserva a coloração própria que adquire cada diamante, a cor varia de acordo com os minerais encontrados nas cinzas do defunto. Mas já existem outras empresas que produzem da cor que o cliente solicita.
 A partir de 300 a 500 gramas das cinzas restantes do corpo humano (que varia em média entre 2 a 3 quilos) já é possível fabricar um diamante artificial nitidamente incolor.
A indústria de diamante humano está se estendendo pelo mundo, com funerárias que prestam esse tipo de serviço em países como Espanha, Rússia, Ucrânia, Estados Unidos, Brasil, etc. Em alguns deles, inclusive, essa opção é oferecida por algumas companhias de seguros.
No Brasil, os preços variam entre 8 a 28 mil reais, dependendo do quilate da joia.
Existem diversas formas das pessoas encontrarem consolo com a perda dos seus, e pelo visto, essa vem sendo uma nova via para muitos.

sexta-feira, 30 de março de 2012

Como ficar rico no Brasil investindo pouco dinheiro

A Constituição Federal estipula ser inviolável a liberdade de consciência e de crença, assegurando o livre exercício dos cultos religiosos e garantindo, na forma da lei, a proteção de culto e as suas liturgias. Estabelece também a imunidade tributária.
Para abrir uma igreja no Brasil é necessário uma quantia inferior à 500 reais e em menos de 10 dias úteis, você já tem a licença nas mãos e pode abrir as portas para a prática religiosa.
Se for um bom orador e convencer um número expressivo de fiéis, pode abrir novas filiais. Já quando o negócio gerar lucros e decidir construir templos para atrair uma quantidade maior de clientes, é só manter algumas obras de assistência social, que a isenção de pagamentos de impostos continuará vigente.

                            Templo da IURD em Nova Yorque

O público-alvo é a classe social pobre. Privados de educação de qualidade, a maioria carece de critérios de discernimento e são incapazes de identificar o quanto são utilizados e manipulados. Segundo alguns estudos, a faixa etária destas pessoas é de 41 a 65 anos. O número de jovens entre os 16 e 25 anos também é relevante, este dado se explica pelo fato de terem herdado a crença dos pais.
Edir Macedo é um dos mais bem sucedidos neste ramo. Fundou a Igreja Universal do Reino de Deus há 35 anos, na Zona Norte do Rio de Janeiro. Atualmente tem mais 5 mil templos, 13 milhões de fiéis no Brasil e 8 milhões espalhados em mais de 170 países. Em 1991, catorze anos depois da fundação da primeira igreja, o Bispo comprou a Rede Record, em 1998 a Rede Família e no ano seguinte, a Rede Mulher. Hoje, o grupo Rede Record  tem a segunda maior audiência do Brasil e a Record Internacional está presente em mais de 150 países.

Apesar de ter várias denúncias, processos judiciais, escândalos e polêmicas, o passaporte diplomático do grande empresário foi renovado em novembro do ano passado.

Valdemiro Santiago é outro que construiu supostamente um patrimônio importante devido ao mercado da fé. Fundou em 1997 a Igreja Mundial do Poder de Deus, absorvendo membros da IURD, de onde saiu depois de quase vinte anos, após ter problemas com Edir Macedo. Há quatro anos fez parceria com o Grupo Bandeirantes, ocupando o espaço integral da programação da Rede 21, ganhando assim muitos fiéis da igreja do seu mentor.
Vendo seu rebanho diminuindo e o da concorrência aumentando, o bispo tem usado sua rede de televisão para acusar o autodenominado apóstolo Santiago de usar o dízimo em benefício próprio, que por sua vez replica em seu espaço na tevê. Um circo dantesco.


Além dos dois exemplos citados acima, existem muitos outros mais que encontraram no comércio da esperança, uma forma de ganhar dinheiro de forma "lícita".
Se algum religioso chegou até aqui e se sentiu ofendido com minhas palavras, peço desculpas. A ideia não é ferir a sensibilidade de ninguém, mas é difícil não criticar um crime que é feito deliberadamente de forma explícita. Há muitos pecadores nesta história, cada um a sua medida. Uns pecam por ignorância e outros por inteligência, e essa afirmação está isenta totalmente de qualquer julgamento moral.





quarta-feira, 28 de março de 2012

Entrevista com Léo Granieri


Léo Granieri, nascido em Santos (litoral paulista), tem 35 anos. Desde pequeno, ele e seus outros dois irmãos foram incentivados pela mãe a aprenderem a tocar algum instrumento musical. Sua progenitora, na juventude, tocava acordeão, cantava em rádios e participava de programas de calouros. O violão foi o primeiro objeto para produzir músicas que ele experimentou, mas a sua paixão realmente foi o piano.
Há 15 anos trabalhando como músico pela noite, foi tecladista de bandas de pagode, axé music e sertanejo. Mas só soltou a voz , quando integrou grupos que tocavam rock, pop music, mpb e músicas dos anos 80.  E foi com a Banda Dark Room que, além de cantar vários gêneros, arriscou com o dance music, sem auxílio de samplers ou DJs. Foi um acontecimento na noites da Baixada Santista.
A carreira solo começou depois de sua segunda apresentação no programa Raul Gil, onde interpretou a versão remix de Erasure, "A Little Respect". Essa vitrine serviu para ser convidado por alguns DJs a compor e cantar suas próprias músicas.
Trabalhou  em webs rádio como Alternativa Mix, Vibe Hitz e Omega Hitz. Nesta última, ficou um ano e meio e ganhou o prêmio de melhor locutor por votação popular.
Desde o segundo semestre de 2008, quando lançou o single "Close To U", de sua própria autoria, Léo caiu na graça do público amante da house music. Em 2009, outro hit composto por ele, "When Touch Me" ficou em 3º lugar, já no segundo dia de lançamento, entre os singles mais vendidos no site Masterbeat. A partir daí, iniciou sua turnê de shows pelo Brasil. Sua primeira apresentação foi no Festival Pop Gay de Florianópolis (SC), para um público estimado de 60 mil pessoas. Depois disso, as discotecas do país inteiro aclamaram por ele
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                         When U Touch Me (original vídeo mix)_ VJ TAZO_2009

Depois de "Strange Love", assinou com a gravadora Building Records para o lançamento de "We Gotta Live Forever", com remixes de produtores como Hytraxx, Allan Natal, Tom Hopkins e Junior Dub. Esse trabalho bem sucedido está no primeiro cd da revista G Magazine, na trilha sonora da novela "Corações Feridos", do SBT, também em discos lançados pelas rádios Jovem Pam e Metropolitana.
No ano passado, sua carreira como cantor de house music foi consagrada, com sucessos lançados pela  E-Pride Music. Singles como "Jumpin' Jumpin'" e "Say That You Love Me" foram remixados por vários profissionais nacionais e internacionais, como o mexicano José Spinin, o americano Peter Barona, nosso respeitado Rafael Lelis, entre outros. Além desses dois grandes êxitos, que alcançaram o topo da Top Sellers House da Masterbeat, Léo também foi compositor e arranjador vocal da canção "Your Lies", cantada por Natália Damini, outro resultado feliz que ficou em primeiro lugar durante várias semanas no site de vendas da Masterbeat.
"Freak Out" é o seu último trabalho, realizado no final de 2011.  Música que já foi remixada por vários produtores e que contribuiu para reafirmar o reconhecimento de Léo Granieri como um dos principais nomes da House Music Brasileira.


 
1_ Podemos dizer que você se encontrou com a house music ou continua aberto a outros gêneros?
 
Levando em conta que podemos transformar quase todas as músicas feitas para a “HOUSE MUSIC” em versões acústicas, eu posso te falar que, como músico, eu poderia lançar minhas músicas em outros ritmos. Mesmo porque eu componho na maioria das vezes no piano ou no violão. Mas a house music é um gênero que me encanta.Muitas vezes um produtor pega uma música quase morta e a transforma de uma maneira que vira um HIT. Muitas vezes um remix é melhor do que uma versão pop original, por exemplo.
 
2_ A internet é uma ferramenta que globalizou o mundo. Qual a importância dela na sua carreira?
 
A internet é a responsável  pela minha música chegar até as pessoas e aos DJs que as tocam em várias baladas no Brasil e em muitos outros países. Recebo mensagens nas minhas redes sociais de vários lugares, desde o México a Tel Aviv (Israel). Sem internet não existiria nada disso. Já tive música lançada em CDs de house music em uma grande gravadora chamada Building Records. Mas que não teve tanta importância quanto o fato da internet proporcionar uma abertura muito maior, principalmente pra esse tipo de música.

3_ Conta como foi a sensação ao ouvir pela primeira vez uma música sua em uma discoteca? Quando e onde foi?

A primeira vez que eu ouvi minha música numa balada eu chorei. Foi WHEN U TOUCH ME, há uns anos atrás e eu estava com meus amigos em uma balada da região onde eu nasci e moro. O DJ ouviu a música um dia antes, gostou e pra minha surpresa tocou no dia seguinte. E eu estava lá. É um sentimento de estar no caminho certo. Sentimento de trabalho bem feito. É maravilhoso. Não dá pra explicar.

 4_ Quais são tuas referências musicais e o que você escuta quando está em casa?

Adoro músicas com muita melodia. Principalmente as músicas dos anos 80 que foi onde eu peguei minhas maiores referências: Michael Jackson, Fred Mercury, Stevie Wonder, George Michael, entre muitos outros. Dentro da House Music minhas referências estão nos anos 90, tipo ICE MC, SNAP, HADDAWAY, C&C MUSIC FACTORY, TECHNOTRONIC entre muitas outras.
 
5_ Em um contexto geral, tanto no âmbito profissional como  no pessoal, você conta com o apoio da sua família?
 
Com certeza. Minha família sempre deu apoio pra fazer o que faço hoje. Lógico que sempre há aquele medo dos pais que pensam: será que vai dar certo? Mas se a gente não tentar, nunca saberemos se vai dar certo. Músico não é bem respeitado no Brasil a não ser que você já tenha sucesso e esteja na midia e ganhando milhões. No que diz respeito ao lado pessoal, minha mãe fala: Você está feliz? Ótimo. Se está feliz e não prejudica ninguém é o que importa.
 
6_ Você é um homem bonito, famoso principalmente no ambiente LGBT, deve ser muito paquerado. Como lida com o assédio dos fãs?
 
Muitas vezes eu acho até engraçado e adoro brincar com a galera. Mesmo porque não me acho bonito. Me acho muito mais simpático do que bonito. Talvez isso chame mais atenção (eu acho!.. risos).
 
7_ Atualmente como está a sua vida sentimental? É difícil compaginar uma relação séria com a sua carreira?
Estou solteiro e carente (risos). Muitas pessoas acham que eu sou um “pegador”. Que eu fico com “um” em cada cidade em que passo. Mas não é assim que as coisas funcionam. Muitas vezes vou do Aeroporto pro hotel, depois pro show, volto pro hotel e aeroporto novamente! Essa é a maior realidade. E apesar de estar solteiro não gosto de procurar. Melhor deixar acontecer naturalmente. Um dia vai aparecer alguém bacana. (risos)
 
8_ O que opina sobre a militância LGBT? Você abraça essa causa?

Não abraço causa nenhuma. Eu simplesmente prego, em qualquer lugar em que vou e estou, que todos nós devemos ser o que somos e exigir respeito, assim como saber respeitar as diferenças também. Escrevi STRANGE LOVE que diz o seguinte: “É A NATUREZA HUMANA. NÃO PRECISO ME CRUCIFICAR. EU ME SINTO COMO OUTRA QUALQUER PESSOA.” Acho que todos tem que pensar dessa forma. Preconceito existe até mesmo entre os gays. Hoje em dia eu vejo as Paradas Gay muito mais como um evento político e comercial do que uma luta pelo respeito ao próximo. Mesmo porque a maioria vai pelo fervo. Isso é fato!
 
9_ Você esteve recentemente na Europa (e não veio nos visitar em Madri), existe algum plano de sair do Brasil?
 
Pois é. Não fui até Madri, mas tenho planos de voltar e morar em Londres ainda este ano, provavelmente no final de maio. Londres é um lugar maravilhoso que dá muito valor pra quem sabe fazer arte, isso eu pude comprovar de perto. Mas, em contraponto, lá você tem que ser muito bom, porque é muita gente boa!
 
10_ Qual é a sua maior ambição e qual é a sua filosofia de vida?

Sou muito ambicioso. Sonho em ouvir minhas músicas tocando em rádio aberta de todo o mundo! Em rádio web já toca em vários países, mas o sonho é chegar em rádio aberta. E minha filosofia de vida? Uma delas é: FAZER TUDO O QUE ME DÁ PRAZER. SE NÃO PREJUDUCAR NINGUÉM, QUE MAL TEM?

11_ O que considera importante que as pessoas saibam sobre você?

Essa é uma pergunta difícil. Mas posso dizer que eu sou o mesmo em qualquer lugar em que estou. Nunca fingi ser outra pessoa pra poder aparecer. Quem imita ou finge ser o que não é são pessoas sem personalidade. Eu sou o que eu sou. Eu sou quem eu sou. Léo Granieri com muito orgulho! (risos) Agora pra saber mais de mim,  tem que me conhecer pessoalmente. 

Quem quiser conhecer um pouco mais sobre o trabalho de Léo Granieri, é só visitar seu web site oficial: 
                                           www.leogranieri.com

terça-feira, 27 de março de 2012

Rapaz tenta matar outro durante reportagem ao vivo

AVISO: VÍDEO COM IMAGENS FORTES



Até quando, Brasil?
Segundo a descrição do vídeo, a equipe da TV Correio, filial da Rede Record, na Paraíba, flagrou a frieza de uma tentativa de homicídio. O crime aconteceu no bairro Jardim Veneza, em João Pessoa. Por volta das 01h30 da madrugada do domingo (18), o repórter Josenildo Gonçalves, foi acionado para registrar uma tentativa de homicídio.
Rodrigo Ferreira da Silva estava agonizando em busca de socorro. Ele apresentava marcas de perfurações causadas por arma de fogo. No momento em que o repórter narrava o sofrimento do jovem, um homem de boné se aproximou da vítima e efetuou um tiro na cabeça de Rodrigo Ferreira. Na primeira vez, o revólver falhou, mas na segunda tentativa, o disparo foi efetuado.
O Samu foi acionado e fez o socorro da vítima para o Hospital de Emergência e Trauma de João Pessoa. De acordo com a unidade hospitalar, o rapaz passa bem e não corre risco de vida.


 De acordo com o relatório feito pela ONU, no Brasil foram cometidos 538.324 homicídios em 10 anos (2000 a 2010). Em 2011 a cifra alcançou a marca dos 50 mil, ou seja, oficialmente falando foram ceifadas quase 600 mil vidas desde 2000 a 2011. Considerando que muitas vezes, as cidades acabam maquiando os dados, acredito que esse número poderia superar a 1 milhão, mais que o dobro da população atual de Santos (litoral paulista).
Não conheço um brasileiro que ande tranquilo pelas ruas, no Brasil. São poucas as pessoas que conheço que nunca foram assaltadas. Reclamamos, mas efetivamente, não fazemos nada além disso. Somos cúmplices dessa situação. Os políticos que administram de forma fraudulenta o nosso dinheiro, foram escolhidos por nós mesmos. Nós que votamos no traficante do bairro para vereador, que elegemos o mesmo prefeito que esteve várias vezes na administração da nossa cidade e que nada fez por ela. Somos nós que nos indignamos com tanta impunidade e subornamos o guarda de trânsito. Nós que enchemos as ruas no carnaval e em todas as festas populares, mas que somos incapazes de sermos muitos o suficiente para chamar a atenção das autoridades, em uma manifestação exigindo segurança, educação, transporte público e saúde de qualidade.
De nada serve ser a sexta potência econômica do mundo, se o cidadão brasileiro está acostumado a viver na miséria.



Dia Mundial do Teatro

                                                          "Ir ao teatro é como ir à vida sem nos comprometer."
                                                                                               Carlos Drummond de Andrade


                                                         Ana Arcuri e Zé Celso

"Desista! Não passe perto!_ é o que aconselha Fernanda Montenegro aos atores que estão começando_Vá fazer qualquer outra coisa, tome distância. Agora se tiver um desasossego, morrer, não conseguir dormir por estar longe disso, aí sim, volte!
A que é considerada a grande dama do teatro brasileiro expressa nessa orientação que ator não é só uma profissão, é um estado de alma. E as dificuldades para exercer esse ofício exige muito mais que talento, é imprescindível ter vocação. E todos sabemos que para viver do teatro, além desses dois elementos fundamentais, é necessário mais dois fatores: dedicação e sorte. Infelizmente vemos muita gente que tem  sorte e carece dos outros três adjetivos, lotando espaços e oferecendo nada ao público.
Ainda existe uma parcela da sociedade exigente de bons espetáculos, mas há mais oferta que demanda, e por isso, tantos atores brilhantes acabam desempregados. O que lota teatro nem sempre é a qualidade da obra em si, e sim a quantidade de pessoas conhecidas no elenco. E nem sempre esses pseudo-atores tornaram-se famosos pelo amor à arte, mas sim, pelo oportunismo das circunstâncias.
A história da expressão teatral se confunde com a da humanidade, desde os tempos primórdios. Em todas as culturas, a arte de representar sempre esteve presente, principalmente como manifestação religiosa. Não sabemos exatamente quando e onde começou. Talvez podemos afirmar que o conceito de teatro como conhecemos hoje, tenha surgido em 534 ac, por Tépsis, na Grécia antiga.
Sou amante do teatro desde pequeno e devo a Eluane Fagundes Alves (Lú Fagundes), esse sentimento. Através dele pude conhecer um pouco mais sobre os bastidores deste mundo paralelo. A paixão que ele transmitia ao comentar sobre um bom espetáculo era contagiante, o brilho nos olhos e a alegria no rosto. Fui assistí-lo várias vezes, desde sua época do TPI (Teatro Popular do Itapema) até as impressionantes montagens do grupo Orgone, criado por Renato Di Renzo. Também foi com ele que assisti pela primeira vez uma das melhores peças que já vi na vida, o monólogo "Donana", de Ronaldo Ciambroni. "Donana" me fez rir e chorar. A peça que está em cartaz há mais de 38 anos nos faz refletir sobre o idoso. Apesar do texto ter sido criado há quase 4 décadas, continua sendo muito atual. Não sei se os problemas que as pessoas da terceira idade enfrentam são apenas consequências do que colhemos o que plantamos ou mero descaso  da política social brasileira. Talvez sejam as duas coisas. Sinceramente é um tema paradoxo.

Fiz teatro na escola e tentei sorte em um grupo amador. Tinha um pouco de vocação, mas carecia de talento. Acabei descobrindo que o meu papel é o de espectador. É a posição mais fácil e felizmente desfruto ser o que assiste. Não tenho vontade de estar lá no palco, adoro ser o observador. Por isso, respeito e valorizo o trabalho de todos os atores. Sem eles, faltaria brilho no mundo.


A beleza de atuar está presente em cada ator que ama realmente o que faz, é inerente à sua condição de espírito. Se não há amor, não há essência. E se não há essência, não há brilho. E se não há brilho, não há espetáculo.
Quero parabenizar a todos os atores e profissionais ligados ao teatro, aos que admiro, aos que conheço e aos que não pude conhecer ainda. E também aos amantes desse mundo que nos faz viver mil vidas... Ana Arcuri, Lú Fagundes, Ronaldo Ciambroni, Alex Amaral, Graça Berman, Telma Mallet, Blota Filho, Vander de Souza, Gabriel Mendonça,  Alexandre Camilo, Gorete Milagres, Luis Fabiano Teixeira, etc...etc...etc...
                                                         Cristina Prochaska e Blota Filho
                                                        
                                                          Graça Berman
                                                       
                                                                    Telma Mallet
                                                         Alexandre Camilo
                                                         Gorete Milagres
                                                        

domingo, 25 de março de 2012

Propaganda da União Europeia fomenta a xenofobia


Em um mundo globalizado, estruturado fundalmentamente pelo capitalismo, países democráticos e desenvolvidos que compõem a União Europeia, que teoricamente fomentam a igualdade de direitos humanos, lutando contra a segregação de etnias, corrompem seus princípios básicos de civilização quando se sentem ameaçados. Talvez seja certo que não existiriam paises ricos se não houvessem países pobres. A ideia de globalização é demagógica neste sentido, porque afinal, quando o calo aperta, cada um protege o próprio pé para poder continuar pisando nos mais fracos.
Afinal o ser humano é territorialista, somos incapazes de olhar além das fronteiras. Não existe altruísmo institucionalizado.
Existe uma previsão de que os EUA, China, Índia e Brasil representarão mais de 60 % da economia mundial em 2050.  Os países BRIC´S (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), depois dessa crise mundial, emergem como nações extremadamente atrativas, com um forte potencial.
Considero o vídeo acima o reflexo explícito do que ocorre nos bastidores dos Estados do "Primeiro Mundo". Na entrevista concedida a revista Veja desta semana, Dilma Rousseff reiterou as críticas feitas a União Europeia, quando esteve reunida com a chanceler alemã Angela Merkel. Apesar do editorial raivoso ter considerado o comportamento inadequado, acredito que foi a postura mais apropiada.

 “O Brasil está em uma situação agora em que podemos dizer aos países ricos que não queremos o dinheiro deles. Eu disse isso com toda a clareza à chanceler Angela Merkel durante minha visita à Alemanha. Aqui se noticiou que eu estava querendo dar lições à Alemanha. Não foi nada disso. Eu quis deixar claro que o Brasil não quer mais ser visto como destinação de capital especulativo ou apenas como mercado consumidor dos produtos que eles exportam”. (trecho da entrevista publicada na revista VEJA).


sexta-feira, 23 de março de 2012

Chico Anysio: quando Deus inspira o homem outra vez para dentro de si mesmo...

No final do ano passado, consegui o texto de um dos comerciais que marcou a minha infância. Era uma propaganda da Sharp, exibida na televisão no começo dos anos noventa. Eu achava incrivelmente maravilhoso e a interpretação feita por um dos maiores artistas brasileiros dos últimos tempos, era, como não podia ser de forma diferente, impecável.



O meu sonho na vida era ter o poder de ser um videocassete de mim mesmo. Ter o controle remoto que me permitisse renascer experiências vividas. Eu poderia voltar no tempo, acelerar, pular cenas dos próximos capítulos. Parar a imagem num momento que me tivesse sido glorioso, vivê-lo outra vez. Talvez, eternizar um orgasmo.
Eu poderia correr a fita de modo a entrar na percepção do futuro ou recuar
para consertar, corrigir, para confirmar. Ah, com esse aparelhinho eu poderia criar o ideal.
Ah, o ideal.
O ideal seria que o homem nascesse com 80 anos, fosse ficando mais moço, mais moço, até morrer de infância. Nascendo com 80 anos, aos 60 ele casaria com uma mulher de 59. Mas com uma vantagem: A cada dia, a cada semana, a cada mês, a cada ano, ela ia ficando mais nova, mais nova, até se transformar numa gata de 20.
Depois ficariam noivos, namorados.
A bicicleta.
O velocípede.
Desaprendiam a andar, esqueciam como engatinhar,
O voador, o cercadinho.
Do cercadinho para o berço.
As fraldas molhadas.
O peito da mãe.
Até que, num dia qualquer, pararia de respirar.
Seria o tempo correndo para trás até aparecer o último homem: Adão.
O último primeiro, a quem Deus colocaria sobre a mão e, em vez de soprar para ele,
inspiraria o homem outra vez para dentro de sí mesmo
.”



Lembro que minha mãe não gostava muito dele e que não gostava de assistir os seus programas. Mas eu adorava. Achava incrível que a mesma pessoa fosse capaz de interpretar tantas personagens... na minha cabeça eram atores diferentes e duvidava da realidade. Chico Anysio é referência do nosso humor e um dos maiores nomes do cenário artístico do Brasil. A ironia e inteligência são características inerentes ao seu trabalho. Gênios como ele se perpetuam para a história, não morrem nunca.



Emocionante! Chico Anysio, por ele mesmo.




quinta-feira, 22 de março de 2012

Água, o petróleo do futuro


No âmbito jurídico, a água ainda não é reconhecida como direito fundamental da humanidade pela Constituição Brasileira e tampouco pela ONU.
97% da água do nosso planeta está no mar e não é potável (a dessalinização tem um custo muito elevado); 1,75% é gelo; 1,24% em lençóis subterrâneos; e para toda a população global resta apenas 0,01%  da água total na Terra.
 O líquido que é fundamental para todos os aspectos da vida vem sendo visto como mercadoria, desde os anos 90. Grandes multinacionais como a Coca-Cola, Pepsi, Danone, Nestlé e  grandes empresas de distribuição de água faturam bilhões de dólares anualmente. Muitos países permitem a privatização do serviço de água, onde um bem comum passa a ser cobrado de forma abusiva e que não corresponde a qualidade devida, como acontece por exemplo no Reino Unido.
Ouvimos muitas vezes que a água pode ser o motivo da terceira guerra mundial. Considero que seja improvável essa hipótese, mas não a vejo como impossível. Ocorrem tantas por conta do petróleo, cujo recurso serve principalmente para gerar energia, mesmo sabendo que existem possibilidades de utilizar outras fontes. E a água para o consumo humano? Cientificamente não pode ser substituída por outra coisa.
Por isso devemos usar a água de forma responsável e estar atento às políticas realizadas pelos nossos governantes. Lembro de uma frase da Angela Ro Ro, não estou bem certo onde eu vi essa declaração, ela dizia mais ou menos assim:" Há 20 anos eu dizia que ia faltar água no planeta e que era lésbica, hoje continuo dizendo que vai faltar água e que sou lésbica." E as pessoas prestavam mais atenção à sua orientação sexual que ao problema real em si: a escassez de água para a humanidade.
Portanto é importante a conscientização de que devemos ser prudentes e evitar desperdícios. Morrem mais de 2.500 pessoas no mundo,  diariamente, por não ter acesso ao líquido que vem sendo chamado de "ouro azul".



segunda-feira, 19 de março de 2012

Fibromialgia, a doença incompreendida


São mais de 200 manifestações catalogadas, relacionadas a fibromialgia. O mais incômodo é a dor difusa pelo corpo de forma constante. Existe muito preconceito em relação a essa síndrome, inclusive de médicos. Eu ouvi de uma, há quase um mês, de que essa doença não existe.
É difícil determinar as causas, talvez por isso o tratamento seja tão complexo e nem sempre efetivo. São várias as pessoas que associam a  fibromialgia com o estado emocional, provavelmente há casos onde o estresse acabe desencadeando a doença e, em consequência das dores, pode acabar potencializando uma profunda depressão.



A fibromialgia é a doença dos incompreendidos, pois ela não mata e não deforma e, como a dor é invisível aos olhos dos demais, leio relatos de fibromiálgicos que sofrem com a indiferença dos seus e com os julgamentos frívolos que recebem. Como não é possível diagnosticar de forma precisa através de exames, muitos doentes são taxados de preguiçosos e outros adjetivos pejorativos.
A fibromialgia existe e é física. A crise que estou sofrendo foi desencadeada pelo frio, igualmente o que ocorreu no ano passado por essa época. Emocionalmente estou bem, sou uma pessoa espiritualista e conservo a plenitude da minha felicidade, apesar de tudo.
Cada caso é único, portanto o diagnóstico e o tratamento devem ser determinados exclusivamente pelos médicos.
O único que posso dizer aos que aqui chegaram e padecem deste mal é deixar de lado o pessimismo.  Seguir o tratamento médico e aceitar a situação exatamente como ela se apresenta, pois essa é uma forma de evitar maiores sofrimentos emocionais. “A dor existe, mas o sofrimento é opcional.” Uma vez que aceitamos a realidade, devemos usar de forma veemente a fé para a nossa própria recuperação. Não importa qual seja a sua religião ou crença, mas o modo positivo de enfrentar as adversidades contribui muito para obtermos bons resultados. A nossa mente é o nosso maior tesouro, o segredo é aprender a utilizá-la para o nosso próprio benefício.
Para os que somos vítimas dessa síndrome, não podemos nos permitir o papel de vitimistas. Aliáis, o vitimismo não é bom em nenhuma circunstância.  
Aguardo a minha recuperação para poder voltar às minhas responsabilidades e retomar minha vida social, mas enquanto isso não ocorre, a minha maior responsabilidade no momento é com a minha saúde.
Agradeço a preocupação dos meus amigos e a compreensão pela minha ausência. A minha dor é exclusivamente física e apesar da intensidade, ela não arranha em nenhum momento a felicidade que sinto dentro de mim.

sábado, 17 de março de 2012

Elis, sempre Elis!

Se estivesse viva hoje, Elis Regina estaria comemorando 67 anos. A vida dela foi tão fugaz como um suspiro e tão intensa quanto ao brilho de uma grande estrela, que mesmo morta, continua brilhando.

A música e a voz dela fazem parte da minha existência lúcida. Desde criança já nutria uma grande simpatia por canções que escutava no rádio, como "Romaria". Na adolescência pude mergulhar no imenso universo de seu trabalho e até hoje escuto seus discos com o mesmo prazer do início. Não a idolatro, pois não tenho ídolos. Apenas agradeço a existência de Elis Regina, que perdurará e transcenderá várias gerações, algo que ocorre de forma natural com os grandes artistas.
Se estivesse em São Paulo, iria neste sábado lá na feirinha da Benedito (Calixto), em Pinheiros. Lá acontecerá "A Tarde de Elis", no projeto "O Autor na Praça", onde será feita leitura da biografia da inesquecível cantora, além de exposição das capas dos discos dela e como não, audição das músicas que foram interpretadas por ela.


sábado, 10 de março de 2012

Eis que surge outra Adele (Emeli Sandé)



Posso afirmar que o Reino Unido pariu três grandes vozes femeninas nos últimos dez anos: Amy Winehouse, Adele e Emeli Sandé.
Se não fosse pela decisão de Emeli dar prioridade à sua educação, talvez Adele teria se visto obrigada a adotar outro nome artístico. É que Emeli Sandé (Adele Emeli Sandé) era Adele Sandé, antes da cantora homônima surgir.
Filha de pai zambiano e mãe inglesa, Sandé sempre quis cantar, mas seguiu o conselho dos pais em formar-se em outra área. Estudou medicina, com um grau intercalado em neurologia, na Universidade de Glasgow. Seu empresário, Adrian Syke, a esperou desde os 16 anos.
Compaginou os estudos com a composição de músicas para artistas como Cheryl Cole, Susan Boyle, Alexa Dishon, entre outros.
Em 2009, estreou como cantora ao lado do rapper Chipmunk, cantando “Diamond Rings”, música escrita pelos dois. Depois esteve ao lado de Wiley com a canção “Never Be Your Woman”, ambos hits estiveram na lista dos dez mais tocados no Reino Unido.
Seu álbum de estreia, 'Our Version Of Events', lançado nos últimos dias aqui na Europa, foi recebido pela crítica musical britânica como obra-prima. Ganhou o prestigioso Prêmio da Crítica dos BRIT Awards e a mídia especializada diz que será a voz de 2012, assim como Adele foi a de 2011.
Profecias a parte, o certo é que o álbum de estreia de Emeli alcançou o topo de vendas, desbancando Adele que esteve durante 22 semanas com “21”.
“Our Versions Of Events” é realmente um grande disco de soul e R&B. Emeli, além de ser boa pianista, tem uma grande voz. “Breaking The Law”, “Daddy” e “Heaven” são os três temas, dos 14 que compõe o álbum, que estou adorando escutar.
É um grande regalo para os amantes de Soul, que tenham surgido nos últimos tempos, vozes singulares como as de Adele e Emeli Sandé. Torço para que ambas continuem construindo a nova geração deste gênero tão especial. A diferença de idade entre as duas é de quase um ano, Emeli nasceu no dia 20 de maio de 1987 e Adele no dia 5, de 1988.
Espero que continuem surgindo grandes talentos como Emeli e que nem tudo que é comercial, seja ruim.