quarta-feira, 4 de julho de 2012

Os três filmes de John Cameron Mitchell

Escritor, produtor, ator e diretor de cinema. John Cameron Mitchell já recebeu boas críticas como ator pelos trabalhos na Broadway. Nascido no Texas (EUA), é um personagem polêmico e apesar de ter dirigido apenas três filmes, já com o primeiro acabou ganhando culto entre intelectuais e personagens do mundo underground.
 Em 2001, levou ao cinema "Hedwing and the Angry Inch", baseado no espetáculo musical homônimo escrito e protagonizado por ele três anos antes. O filme conta a história de um transgênero que é músico de rock e que persegue a um dos seus ex-amantes, que plagiou suas canções. Em um contexto atípico, mostra cores e dores, lágrimas e risadas.


Trabalhou durante dois anos na sua segunda película, que foi apresentada em maio de 2006 no Festival de Cannes. "Shortbus" é um dos meus filmes favoritos. Como se de uma colcha de retalhos se tratara, essa polêmica obra conta várias histórias e todos os personagens acabam no bar "Shortbus", um lugar onírico para muitas pessoas de mente bem aberta. Aborda a sexualidade e o sexo de maneira bem natural, desenvolve os conflitos internos e os expõem de maneira simples. Há várias cenas de sexo explícito entre casais homossexuais e heterossexuais, além de trios e orgias. E são nesses momentos que concordamos definitivamente com o talento de John que pretendia mostrar o sexo sem nenhum resquicío de vulgaridade e conseguiu de forma singular. É um filme fundamentalmente romântico.
Tive a oportunidade de assistir em Madri, convidado por um amigo, o show do australiano Scott Matthew, responsável pela trilha sonora do filme e que também aparece cantando no "Shortbus". Simplesmente incrível.

 
 O terceiro filme de John Cameron Mitchell se chama "Rabbit Hole" (no Brasil "Reencontrando a Felicidade"), um drama protagonizado por Nicole Kidman (pelo qual foi indicado ao Oscar de melhor atriz em 2011), Aaron Heckhart e Dianne Wiest. 
Diferente dos anteriores filmes, "Rabbit..." é mais dramático e denso. Narra a tentativa de um casal retomar a vida depois da morte trágica do único filho, ainda criança. O marido se recusa a esquecer o filho e procura apoio em pessoas estranhas, enquanto a mulher deixa o trabalho de executiva e tenta redefinir sua vida ao lado dos familiares e amigos. Se abre um grande abismo entre os dois e mais uma vez o diretor demonstra a capacidade de prender e envolver o espectador.





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