Muitos entendem o feminismo como o antônimo de machismo e esse é um conceito equivocado. O movimento feminista surgiu para reivindicar equidade, pois na maioria das sociedades, a figura da mulher é inferiorizada. É a luta pelo respeito e igualdade de direitos. É a tentativa de acabar com a discriminação de gênero.
"Gay pride" em inglês significa literalmente "orgulho gay". É importante conhecer o contexto em que essa expressão passou a ser usada para que as pessoas entendam que não há um conceito exagerado nela, e tampouco soberbo.
Sabemos que o Dia Internacional do Orgulho Gay é comemorado no dia 28 de junho devido a rebelião que houve há quarenta e três anos, em Nova Iorque. Nessa época, as diligências policiais eram frequentes nos bares e os homossexuais eram tratados como bandidos e nunca ofereciam resistência. Mas nessa data, no bar Stonewall Inn, as pessoas que estavam ali, fizeram história. Decidiram enfrentar as autoridades e houve um grande confronto entre eles. A partir deste dia, sucederam várias manifestações e muitas pessoas decidiram afirmar a identidade homossexual como algo digno e não vergonhoso como era rotulada socialmente. Buscaram o contrário de vergonha e encontraram o orgulho.
A militância gay é atacada constantemente, inclusive por muitos homossexuais que não são capazes de entendê-la. Mas felizmente, existem muitas pessoas que lutam bravamente pelos direitos que nos são negados. Precisamos realmente de dizer que estamos aqui, somos parte da sociedade e não queremos viver segregados. Que não queremos nos sentir seguros apenas em guetos. O direito básico de ir e vir deve ser respeitado.
Quando eu leio as notícias sobre crimes homofóbicos, tento refletir e procurar entender como é possível que as pessoas sejam capazes de dizer que a bandeira do movimento gay é exagerada e desnecessária.
O discurso de que a sexualidade não é importante e que ninguém quer ficar preso em rótulos é muito bonitinho e até um pouco progressista. Mas é de um egoísmo e egocentrismo gigante. É lindo e moderno escutar de artistas que: "... eu amo pessoas e não gosto de bandeiras..."
Enquanto muitos não se sentirem realmente orgulhosos (não ter vergonha) do que são, a sociedade continuará dizendo que somos minoria e que não sabemos nos organizar.
Somos tantos, mas não somos muitos o suficiente para reivindicar o Casamento Civil Igualitário e a Criminalização da Homofobia.
Eu, particularmente, detesto levantar bandeira (acredito que a maioria dos militantes também compartilham o mesmo sentimento que o meu), mas quando vejo notícias como a morte de um dos irmãos gêmeos, ocorrido na Bahia (veja aqui a notícia), percebo que terei de continuar levantando o mais alto possível, para que ela seja vista e que saibam que não iremos nos esconder.
Devemos continuar nos manifestando e que as paradas gays sejam criticadas pelos demais. Não importa. Temos direito a festa, mas não podemos esquecer de que muitos outros nos são negados.
Pessoalmente, não gosto da palavra orgulho. Acho que realmente é um sentimento que é mais negativo do que positivo. Mas quando essa palavra representa não ter vergonha da minha sexualidade, eu a utilizo sem problemas.
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