Hoje acordamos mais pobres que ontem, aqui na Espanha. Tudo subiu, menos o salário. E há muitos empresários que baixaram a remuneração de seus funcionários, respaldados pela reforma da lei trabalhista que entrou em vigor no dia 07 de fevereiro deste ano. Ter um emprego passou a ser um privilégio aqui no país ibérico. Cerca de 25,1% da população ativa está desempregada. Esse número tende aumentar no próximo mês com o fim do verão, época onde termina o contrato temporário de vários profissionais contratados no início da estação para atender a demanda turística, pois afinal de contas, Espanha é o país europeu com as melhores praias e melhor clima para a temporada de calor.
O imposto sobre o valor acrescentado (IVA) que é cobrado na União Europeia sobre qualquer despesa ficou mais caro em terras espanholas a partir de hoje. Se antes nos atormentávamos com a ideia desse aumento de preços, agora viveremos na carne o que isso realmente representará na nossa qualidade de vida.
Luz, água, alimentação, lazer, cultura, saúde, transporte, etc. Tudo é mais caro e provavelmente haverá uma retração ainda maior na fustigada economia espanhola. E quem realmente sofre com tudo isso? A maior parte da população, pois levando em consideração que a desigualdade social por esses lados é pífia. Uma avalancha de pessoas descenderam à pobreza.
Se ainda não fosse pouco, hoje o direito de pessoas imigrantes de receber tratamento médico será subtraído se elas estiverem aqui de forma irregular. Calcula-se que mais de 150 mil pessoas com doenças crônicas deixarão de ser atentidas e vários médicos denunciam que isso será a sentença de morte para muitos.
Posso dizer que desde que cheguei aqui, percebo com facilidade o grande contraste. A prosperidade durou pouco para o que está durando a precariedade.
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