domingo, 8 de abril de 2012

Madonna, definitivamente hors concours


Ela está longe de ser considerada a melhor cantora do mundo e tampouco uma excelente atriz, mas não há nenhuma outra figura da música pop internacional que chega perto de ser Madonna.
Não é necessário desqualificar qualquer dessas cantoras que surgiram depois dela, para enaltecer as qualidades e conquistas da que é indiscutivelmente considerada a rainha do pop. É covardia tentar comparar qualquer uma delas com Madonna, assim como é rídiculo alguém tentar compará-la com outras. Ela é hors concours. Mas apesar disso, a comparação com outras artistas, sempre esteve presente na carreira da super star. Desde Cindy Lauper (ótima cantora que foi lançada na mesma época) até Lady Gaga (talentosa e talvez teria superado Madonna se tivesse surgido antes de 1982), passando por uma infinidade de outros nomes pops.
Madonna tem identidade camaleônica e essa característica impede que ela seja definida. Como tentar limitar em algum conceito uma artista que criou tendência e estilo há quase 30 anos e que desde então esteve reinventando-se de forma constante?

 
Além de pragmática, é sensata e dona de si mesma. Os que trabalharam e trabalham com a filha ilustre de Bay City, são unânimes em dizer que ela é muito determinada. Mas o que poderiam falar de alguém que chegou a uma grande metrópole com pouco dinheiro no bolso e tornou-se uma grande celebridade mundial?
Gosto do trabalho de Madonna, mas não perco o tempo discutindo com quem a considera uma artista menor. Considero que o que nos faz gostar de algum artista ou qualquer outra coisa é, inicialmente, a simpatia. E para isso não há explicação. Além disso o critério do que é bom ou ruim é bastante subjetivo.
Agora se falamos da figura que representa Madonna, a história muda. Admiro a trajetória dela e reconheço a grande importância que ela teve para a liberação da mulher e do homossexual nos anos oitenta, não somente nos Estados Unidos, mas também no mundo inteiro. Quando refiro-me a ela como grande celebridade mundial, não é uma afirmação exagerada e parcial. É a artista pop mais famosa do mundo e que soube se manter durante todo este tempo.
 Quando ela surgiu e alcançou o sucesso estrondoso, haviam os que diziam que não duraria muito. O aspecto rebelde passava a sensação de que seria "mais uma estrela pervertida e drogada" que cairia no esquecimento por carência de talento musical ou que morreria de overdose. Mas foi uma previsão preconceituosa e equivocada.  Ela nunca foi viciada em estupefacentes e sempre soube administrar muito bem sua carreira. Além de talento e vocação para os palcos, tem perfil nato de executiva. Tornou-se uma marca e representa a revolução dos anos 80 no mundo do pop e que ditou tendência de comportamento naquela época. Toda mulher queria ser como ela, pois encontravam na figura dela, a personficação dos desejos reprimidos por uma sociedade conservadora e machista. Rompeu tabus sexuais e desafiou ditadores religiosos.
 Seu último disco lançado no dia 26 do mês passado, MDNA, não é uma obra-prima, mas é infinitamente superior a muitos que se encontram no mercado. E ademais, é sempre delicioso escutar Madonna e saber que ela continua na ativa.




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