A união estável homoafetiva foi reconhecida pelo Supremo Tribunal Federal no dia 05 de maio do ano passado, porém para conquistar esse direito é necessário ir à Justiça. E nem sempre o pleito é deferido em primeira instância.
Os deputados Jean Wyllis (Psol-RJ) e Érika
Kokay (PT-DF) criaram uma Proposta de Emenda à Constituição, propondo o casamento
civil igualitário, para poder legalizar a situação dos casais homossexuais, que são privados de até 70 direitos.
Na noite da última quinta-feira, foi lançada oficialmente a campanha suprapartidária
pelo Casamento Civil Igualitário, numa
boate na Zona Sul do Rio de Janeiro, onde estiveram presentes, políticos de diversos partidos e muitas
celebridades.
Alguns vídeos foram gravados com nomes conhecidos
de vários segmentos da sociedade e já estão sendo veiculados na internet e também serão na Rede Globo, visando conseguir mais 68 assinaturas
de deputados federais para que a PEC vá a plenário no Congresso Nacional.
Atualmente temos 103 firmas das 171 que são necessárias.
O maior empecilho é a bancada
fundamentalista cristã, que recebe a proposta como uma grande ameaça a moral e
aos bons costumes. Encerrados em seus preceitos religiosos, boicotam os direitos
individuais de uma parte da sociedade. Em um estado laico, isso é
inadmissível.
A ideia da campanha é sensibilizar as
pessoas para essa causa. Não será subtraído direito de ninguém, o intuito é
estendê-lo aos demais cidadãos que cumprem com os mesmos deveres, independente
de sua orientação sexual, mas que são privados de igualdade de direitos.
Peço aos que chegaram até aqui, que visitem
o site http://casamentociviligualitario.com.br/
e firmem o abaixo-assinado, para pedir ao Poder Legislativo que faça o mesmo
que fez o Poder Judiciário.
Seguindo o ritmo da campanha, deixo abaixo a opinião de meus amigos, também de diversos segmentos sociais, famosos e
anônimos, onde expressam o apoio a essa campanha. A todos eles, o meu mais sincero agradecimento.
Você é a favor do Casamento Civil Igualitário? Por quê?
Você é a favor do Casamento Civil Igualitário? Por quê?
"Acho que toda a forma de amar é valida se ninguém se
machuca...se não se magoa o outro...se numa relação igualitária ambos são donos
do que conquistam JUNTOS. E é isso que eu entendo por
relacionamento...conquistar JUNTOS seja o que for de material, de
espiritual...Sou a favor de que os dispostos se atraem."
Blota Filho, ator, 51 anos
"Essa expressão é nova para mim . Casamento igualitário é
o casamento gay??? Claro que sou a favor , somos todos iguais em tudo. Qualquer ser
humano tem o direito de viver e fazer o que o deixa feliz, sem que ninguém
interfira."
Ana Arcuri, atriz
"Sou totalmente a favor do amor verdadeiro e respeito pelo ser humano, não importa sua orientação sexual e sim o que é como cidadão no mundo. E o casamento igualitário é um direito de todo ser humano"
Digo Maransaldi (Digo e a New Gafieira), músico e designer gráfico, 37 anos
"Sou a favor de qualquer casamento, nâo
importa quem se case.
Quem decide casar ou nâo são as duas pessoas, o próprio casal. E não a sociedade, os pais, a família, etc."
Quem decide casar ou nâo são as duas pessoas, o próprio casal. E não a sociedade, os pais, a família, etc."
Vanessa Borhagian, cantora, compositora e professora, 39 anos
"Eu sou a favor sim, porque assim como os heterossexuais, temos
nossos direitos estabelecidos em lei e o casamento é mais uma conquista que
prova que a sociedade está atenta as mudanças ainda que das mais antigas e
significantes como o casamento que é a mais completa prova de união do casal."
Vagner Rossini, jornalista
"Sim, sou a favor. Porque acredito que todos os cidadãos pagadores de impostos tenham
direitos iguais assegurados pela constituição, independente da orientação sexual.
Então se um casal gay vive junto,constrói junto,tem que ter todos os direitos que
qualquer outro casal. E nãose fala mais nisso. O que interessa é a lei,e não a forma
que alguém sente prazer."
Andreia Lamaison, assessora política,41 anos
"O casamento entre pessoas do mesmo sexo é cada vez mais
aceito como consequência natural das escolhas humanas. Para essa aceitação
deixar de ser traumática no âmbito da sociedade, é preciso separar ações de
estado (que deveriam garantir o bem estar e a qualidade de vida do cidadão) dos
dogmas religiosos que impõem regras de convivência baseadas no cerceamento de
liberdade. Quanto mais distantes um do outro, estado e igreja (seja ela qual
for), mais evoluida é a sociedade. Não é por acaso que casamentos igualitários
são mais comuns em nações do primeiro mundo."
Júnior Ferraz, jornalista, 50 anos
"Sou a favor do casamento igualitário. Porque a igualdade
civil é um direito básico. E acredito que as pessoas tem o direito de amar,
constituir família e estarem resguardadas segundo a lei. Assim como sou a favor
da criminalização da homofobia."
Jorge Leite, jornalista, 23 anos
"Sou a favor do casamento igualitário. Não somos capazes de julgar nada, nem
ninguém. O fato de tornar uma relação oficial só melhora a questão de vida como
cidadão e não interfere em nada a opção de cada um."
Rosely A. Annetta,
micro-empresária, 44 anos
Gustavo de Almeida, auditor, 24anos
"Conforme falarei no meu próximo livro,
chamado Incompletude, não acho o casamento a melhor opção para ninguém, mas se
os heterossexuais possuem este direito de escolha nada mais justo que todos os
demais também o tenham. E não estou falando do casamento religioso. Estou
falando do casamento civil, garantido pelo estado. Um casamento igualitário." Fabrício Viana, escritor e psicólogo, 34
anos
"Bom, eu não concordo com
casamento igualitário na igreja, com véu, padre, ou pastor, essas coisas. Mas concordo com união com todas as documentações e direitos que um casamento heterossexual. Eu acho muito estranho duas mulheres vestidas de noiva, fica estranho e dá razões às críticas. Mas concordo com casamento civil, com documentação, deveres e direitos iguais."
Jane Lopes, autônoma, 39 anosMarilene Discher, editora da revista inNote, 35 anos
"Completamente a favor. Por uma razão simples: a união de duas pessoas jamais deveria estar considerada ilegal, nem sequer deveria ser assunto de discussão entre outras que não tem nada a ver com a citada união. Quem impede? O governo? A Igreja? Deus? Celebrar uma união é algo belo, o selo de amor e isso jamais deveria ser proibido em um cartório. Ninguém dita a que hora devo fazer minhas necessidades fisiológicas. Se ninguém vem trabalhar por mim na hora que necessito de dinheiro para comer ou pagar minhas despesas, por que alguém tem que me dizer com quem devo casar ou não?" Alex Amaral, ator e diretor, 43 anos
"Sim, meu amigo. Eu sou a favor sim,desde que
haja amor e respeito. Tenho um casal de amigas que vivem juntas na maior
hamonia e eu as admiro muito, sempre saem comigo e minha esposa na boa,
frequentam as festas e são dignas e de muito cárater, pessoas íntegras, até
porque a condição sexual nada tem a ver com isso... Poxa! Apoio sim e sempre vou
apoiar."
José Luiz, agente de
apoio socioeducativo, 36 anos"Casamento é um contrato civil. Não vejo porque não permitir para o universo gay."
Luis Nassif, jornalista
"Sim, porque casar é um direito de todos,
independente da orientação sexual. Não tem sentindo algum uma pessoa ser
impossibilitada de casar com outra por ser do mesmo sexo. Esta é apenas uma
evolução natural e necessária dos direitos civis."
Felipe Zilli Accioly, jornalista e dj, 27 anos
"Sou a favor do casamento igualitário, porque se somos iguais perante a
lei para os deveres, devemos ser iguais nos benefícios! Se existe o
famoso casamento entre heteros, que na realidade na maioria das vezes só
é celebrado para regular bens e heranças... o mesmo deve existir entre
as pessoas do mesmo sexo. Estou falando de "contratos cívis", não de
religião, afetividade, amor eterno, etc."
Maria Lucia Russo, administrativa, 58 anos
"Sou a favor do casamento igualitário sim pois SOU A FAVOR DO AMOR !!
Todo resto é preconceito e devemos lutar contra qualquer forma de preconceito, seja social, racial, sexual, religioso, o que for. Todos temos o direito de ser felizes e termos a liberdade de escolher o q é melhor pra gente. O casamento pode lhes dar garantias e respeito maior da sociedade. E que dê também maior facilidade para adoção de filhos!"
Todo resto é preconceito e devemos lutar contra qualquer forma de preconceito, seja social, racial, sexual, religioso, o que for. Todos temos o direito de ser felizes e termos a liberdade de escolher o q é melhor pra gente. O casamento pode lhes dar garantias e respeito maior da sociedade. E que dê também maior facilidade para adoção de filhos!"
Alcione Mazzeo, atriz
"Bom... sou a favor, somo seres que temos o direito na busca da felicidade. Não importa como e quando, mas temos de ser felizes."
Denny Macena, bacharel em turismo, 46 anos
" Na verdade não acredito na instituição "casamento" da forma ampla, mas
isso pessoalmente.Sou a favor do casamento igualitário, por ser uma
forma de regularizar situações juridicamente que surgem no decorrer de
uma união homoafetiva."
Carlos Luis Bernardi Russi, advogado, 48 anos
"Sou a favor porque acho que o casamento deve acontecer quando duas
pessoas se amam! E daí se elas são do mesmo sexo? Tem mais: o
reconhecimento desse direito não implica na exclusão de nenhum direito
que os heterossexuais já possuam. Portanto, se não vai mudar a minha
vida- e vai fazer outras pessoas mais felizes, por que não?
Eunice Bemfica, jornalista e funcionária pública
"Eu sou a favor. Em primeiro lugar, amor é amor e acredito
que todos deveriam ter o direito de realizar um casamento. Segundo que,
além do amor, também há os direitos adquiridos com um casamento, como
em caso de divórcio, por exemplo. Se duas pessoas, de qualquer
orientação, resolvem viver juntas num relacionamento amoroso é justo que
tenham os mesmos direitos, porque não enxergo os casais como gays ou
héteros, só como pessoas, iguais. Eu mesma não veria problema inclusive
num casamento religioso porque acho que Deus também vê as pessoas como
iguais e amores entre eles como iguais, mas isso é questão de religião e
não acho que deva ser discutida, porque é extremamente delicada. Mas em
relação a um casamento civil, deveria, sim, ser como um casamento
comum, inclusive com direito à adoção de crianças". Nívea Alonso, estudante, 17 anos
"O casamento é uma prova de amor mútua, e sabemos que sexo e amor
são duas coisas distintas. A condiçao sexual ou o mesmo sexo são inferiores
ao amor em sí. Se duas pessoas se amam verdadeiramente, nada mais justo
e belo que a sociedade saiba adimirar, respeitar, proteger e
defender o direito desse amor existir e se manifetar. A sociedade do
século 21 deve aprender a amar o amor e ao ser humano. Viva o casamento igualitário no Brasil e no mundo". Reginaldo Lima, radialista, 38 anos
"Sou a favor. Claro. Essa é uma questão muito complexa para responder
assim rapidamente mas vou tentar resumir a minha opinião. Se duas
pessoas que vivem juntas há anos ou tem algum planejamento para ficarem
juntas durante muito tempo ou o resto da vida, por que não oficializar
isso legalmente? Não importa se é um casal heterossexual ou homossexual,
os direitos tem que ser iguais pra todos. Se um homem e uma mulher,
casados legalmente, possuem direitos e deveres garantidos por lei, não
há porque negar o mesmo a um casal homossexual! Estamos em 2012 e tá mais do
que na hora da sociedade acordar para a realidade!"
Léo Granieri, músico e cantor, 35 anos
"Sou a favor em relação ao casamento igualitário, é um casamento comum, como outro
qualquer. Somos todos iguais, com liberdade, de amar e gostar de quem
quiser. Não deixará de ter caráter, educação cultura, porque duas
pessoas do mesmo sexo, resolveram unir-se. Eu enquanto educadora, penso
e passo aos meus alunos, que as pessoas não mudam porque elas gostam do
mesmo sexo. Às vezes ambas, têm mais compatibilidade entre si do que um
casal de sexos opostos".
Solange Xavier, educadora física
"Sou super a favor do casamento igualitário, pois se somos iguais perante
a lei, pagamos os mesmo impostos, temos as mesmas obirgações, porque
não termos os mesmo direitos? Precisamos lutar para que sejamos iguais e
que a sociedade entenda que temos o direito sim de construir uma
familia."
Moacir Alves, contador, 29 anos
"Sim, porque seria um grande avanço na arcaica e defasada política social brasileira. Passos como esses são imprescindíveis para avalancar a educação de base e o respeito mútuo entre os brasileiros. Os valores do brasileiro necessitam se reformar urgentemente."
"Sim, pelo simples fato de sermos livres; e vivermos em um país democrático... e temos o direito de ir e vir."
Rodrigo Mendonça, gestor de recursos humanos, 32 anos
2 comentários:
Eu sei que não é o mesmo assunto. Mas em se tratando de direito, lei e justiça, deveria ser igual em todos os âmbitos.
Segundo texto de Cristiane Segatto para a Revista Época sobre a decisão do STF em permitir o aborto de fetos anencéfalos, mais uma vez o Supremo reafirmou a separação entre Estado e Igreja.
Ontem (12), segundo ela o Supremo Tribunal Federal deu uma clara mensagem contra a intolerância e eu concordo com ela.
"Concepções religiosas não podem guiar as decisões estatais, devendo ficar circunscritas à esfera privada. A crença religiosa ou a ausência dela serve precipuamente para ditar a vida privada do indivíduo que a possui. Paixões religiosas de toda a ordem hão de ser colocadas à parte das decisões do Estado”. Disse o ministro Marco Aurélio Mello.
Aliás, sugiro o texto. É comovente... http://revistaepoca.globo.com/Saude-e-bem-estar/cristiane-segatto/noticia/2012/04/o-stf-anencefalia-e-gravidez-de-alessandra.html
"A fé só faz sentido a quem a tem. Essa é uma frase que gosto de repetir. É função dos grupos religiosos ditar as normas de conduta de seus fiéis. Mas não é aceitável que se julguem no direito de obrigar a população inteira a seguir seus preceitos.
Não. Eles não têm esse direito. O STF foi claro." SEGATTO, Cristiane.
Sim, Jorge,mais uma vez coube ao STF reconhecer direitos individuais. O nosso Congresso Nacional é uma baderna e os deputados federais agem somente ao seu próprio benefício. Muitos deles acabam polemizando determinados assuntos, para ganharem visibilidade. Para uma verdadeira democracia é imprescindível separar a religião da política.
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