quinta-feira, 31 de maio de 2012

Polêmica na Argentina: justiça x religião


Pablo Albarracini, um argentino de 38 anos, luta pela vida desde o começo deste mês. Ele sobreviveu aos tiros que levou durante um assalto e a decisão de que não lhe façam uma transfusão de sangue porque a sua religião (Testemunha de Jeová) proíbe, fez com que a sua saúde piorasse desde a sexta-feira passada.
Uma batalha judicial está dividindo a opinião pública na Argentina, pois o pai dele, Jorge Albarracini, está pedindo à Justiça que autorize a transfusão, mas a sua nora que é da mesma religião, tenta impedir.
Desde quando o jovem paciente entrou na clínica, a questão religiosa havia sido levantada, mas Jorge foi à Justiça para que permitisse a transfusão, que foi autorizada em primeira estância.
 No entando, a esposa de Pablo apareceu acompanhada por um grupo de testemunhas de Jeová e com um documento assinado em cartório pela vítima onde expressava claramente que mesmo se os médicos achassem que seria imprescindível a transfusão para lhe salvar a vida, ela não fosse feita. 
A esposa recorreu à Câmara Civil de Apelações e conseguiu suspender a autorização, que determinou que Pablo havia assinado previamente uma ata e que este direito está contemplado pela lei argentina.
Ontem, Jorge apresentou um recurso extraordinário à Suprema Corte, pedindo para que a transfusão fosse autorizada e espera que seu pedido seja atendido rapidamente. 
No último dia 25, Pablo sofria seis hemorragias internas e teve de ser operado novamente. O estado dele agora é crítico e somente a transfusão de sangue pode ajudá-lo, segundo conta a advogada Telma Gallego ao jornal argentino Clarin"Agora não há outra alternativa, como poderia ser uma máquina regeneradora de sangue ou injeções que gerem glóbulos vermelhos" - informou.
A advogada considera a ação da justiça arbitrária e que viola os princípios constitucionais básicos e os tratados internacionais que protegem a vida. Además, afirma que o documento assinado pelo paciente é uma cópia e o original não aparece. E como isso foi feito há quatro anos, talvez hoje essa não seria a sua vontade. E como ele está em coma, não é possível saber.  


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