A música da África é tão vasta e diversa como as nações e etnias que a habitam. É um continente desconhecido para muitos, estigmatizado por esteriótipos negativos. Para facilitar a compreensão de qualquer cultura é importante escutar sua música. Desde que a civilização se entende como tal, produzir som e ritmos sempre foi uma necessidade da expressão humana, assim como o canto. A etnomusicologia ajuda a explicar um pouco a essência de cada povo. Para nós brasileiros, os sons africanos são bem familiares, devido a história que une nossos povos. A troca recíproca cultural e musical foi, e ainda é, bastante acentuada. Para ajudar a conhecer e entender um pouco mais sobre nossas similitudes e diferenças é importante escutar suas vozes.
Miriam Makeba, conhecida também como Mama África, nasceu em Joanesburgo, na África do Sul. Começou a cantar nos anos 50 e logo emigrou para os Estados Unidos."Pata Pata" foi a canção que a projetou mundialmente em 1967. Casou-se com o ativista político Stokely Carmichael e por conta disso seus contratos de gravação foram cancelados. Ambos se viram obrigados irem à Guiné.
Foi uma grande ativista pelos direitos humanos e contra o apartheid em sua terra natal, onde somente regressou em 1990, com o fim do regime racista e foi recebida pessoalmente por Nelson Mandella.
Cantou e lutou pelo entendimento mundial até seu último dia de vida. Em um show a favor do jornalista e escritor napolitano Roberto Naviano, teve uma parada cardíaca no palco e faleceu no hospital, em novembro de 2008, aos 76 anos.
Cesária Évora é um dos maiores orgulhos de Cabo Verde, considerada a rainha da "morna", gênero musical relacionado com a modinha brasileira, o fado português, o lamento angolano e o tango argentino. Começou a cantar quando ainda era adolescente, mas abandou a carreira em 1975, quando seu país conquistou a independência de Portugal. Enfrentou sérias dificuldades econômicas e teve problemas com o alcoolismo. Depois de 10 anos, a diva dos pés descalços (título recebido por se apresentar sempre descalça nos palcos, em solidariedade às mulheres pobres de África) voltou a cantar. Quando estava se apresentando em Portugal, recebeu convite para ir a Paris, onde gravou seu primeiro disco de sucesso e se tornou estrela internacional aos 47 anos. Em 2004, ganhou o Grammy de Melhor Álbum Contemporâneo de World Music, com "Voz d' amor".
Faleceu há poucos meses, no dia 17 de dezembro de 2011, aos 70 anos, deixando um repertório magistral de 15 discos.
Oumou Sangaré é uma das cantoras mais queridas de Mali. Ela transforma a música tradicional em pop contemporâneo, com carga reivindicativa sobre a mudança do papel da mulher na África. É considerada a principal estrela femenina dos sons wassoulou, baseados em uma antiga tradição de rituais de caça combinados com cantos sobre a devoção, o louvor e a colheita a partir de melodias de cinco notas.
Faz parte do cenário afropop malinês desde1989. Foi nomeada Embaixadora da Boa Vontade da FAO no dia 16 de outubro de 2003 e seu último disco foi lançado em 2009, "Seya".
Mayra de Andrade, apesar de ter nascido em Havana (Cuba), é uma jovem cantora cabo-verdiana, que já viveu no Senegal, Angola e Alemanha. Atualmente mora em Paris. A primeira música que lembra ter cantado foi "Leãozinho", de Caetano Veloso.
Participou e ganhou em vários festivais e em Portugal, chegou a iniciar os shows de Cesária Évora. No Brasil, gravou com Lenine e Chico Buarque. Sua maior inspiração é a música brasileira e é considerada uma das grandes promessas de Cabo Verde.
Simphiwe Dana (1980) é uma cantora Xhosa (grupo étnico da África do Sul) que combina o pop, jazz e a música tradicional. É apontada como a "nova Miriam Makeba".
Fernando Quejas foi o cantor cabo-verdiano mais famoso da "morna melancólica". Em 1945, aos 23 anos, cantou pela primeira vez na Rádio Clube de Cabo Verde e dois anos depois, emigrou a Portugal. Poucos anos depois começou a sua carreira musical. Gravou 22 álbuns e nos anos sessenta e setenta, viajou pelo mundo inteiro levando sua música. Faleceu no dia 28 de outubro de 2005, em Lisboa.
Ejigayehu Shibabaw (1974), conhecida como GiGi, é uma cantora etíope de jazz, soul e afrofunk. Viu-se obrigada a fugir para a Quênia, quando a família se opôs ao seu desejo de cantar, quando ainda era adolescente. A primeira apresentação aconteceu em 1993, na cidade de Nairobi. Regressou à Etiópia três anos depois e lá entrou para o teatro. Viajou a várias cidades com o grupo "Salomon et Saba", chegando ir à França, onde gravaram um disco para a "Maison des Cultures du Monde", em 1997. No ano seguinte foi para Califónria e lá gravou um novo álbum, "One Ethiopia", com instrumentos eletrônicos. Esse trabalho lhe permitiu mais visibilidade, chamando a atenção do fundador de Palm Pictures, selo que lançou seus dois discos posteriores: GIGI e Radioaxiom:A Dub Transmission.E a partir disso, tornou-se ainda mais conhecida.
Tcheka Andrade nasceu no seio de uma família musical em Cabo Verde. Começou a tocar com o pai Nho Raul Andrade, violinista famoso na região, em festas locais, casamentos e batizados. Quando completou 15 anos, começou a desenvolver seu próprio estilo, adaptando os ritmos do Batuque ao violão. Foi morar na capital, onde começou a trabalhar como câmera na televisão nacional e conheceu o jornalista Julio Rodrigues, com quem escreveu uma série de canções e começou a se apresentar de maneira informal nos bares locais. Tem três discos gravados e já se apresentou na Europa.
Ismaël Lô, filho de mãe nigeriana e pai senegalense, nasceu em Níger e pouco tempo depois, a família voltou para Senegal.
Nos anos 70 estudou na Escola de Arte de Dakar e mais tarde passou a formar parte do grupo Super Diamono até 1984, quando começou a carreira solo. Nos quatro anos seguintes, gravou cinco discos de grande sucesso. O sexto foi gravado na França, onde o single "Tabajone" fez sucesso na Europa inteira e foi incluido no filme "Tudo sobre a minha mãe", de Pedro Almodóvar. A partir daí, sua carreira passou a ser internacional.
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