Nascemos com reflexos que são necessários para a nossa sobrevivência e o medo é algo que nos é imposto de forma direta ou indireta.
Ninguém nasce com medo de panela de pressão. A humanidade já existia muito antes dela ser inventada.
Quando eu e meus irmãos éramos pequenos, minha mãe advertia para que não nos aproximássemos do fogão, e preocupada, expressava com palavras e gestos o quanto era arriscado chegar perto do fogo, principalmente se algum alimento estivesse sendo preparado nessa panela que soltava vapor e medo. Aquele apito e aquelas histórias de telhas que voaram longe e pessoas que perderam a vida ao explodir aquele objeto sempre vagaram pela minha mente de forma subsconsciente.
Sai de casa bem cedo. Várias vezes (porque sai e voltei). Morei em vários lugares, com diversas pessoas. Há muito sou o que preparo a minha comida, cuido da minha nutrição de forma apaixonada. Gosto de otimizar o tempo, mas reconheço que até o dia de hoje nunca fui capaz de cozinhar em uma panela de pressão. Esse temor ficou inculcado no meu subsconsciente até hoje.
Na semana passada, um amigo que veio conhecer o Brasil e está passando uns dias aqui em casa, comprou um bicho desse pra mim. Expliquei que já havia comprado em alguma ocasião, mas que acabei doando sem nunca ter usado.
Mas hoje decidi romper esse medo. É um receio idiota, mas que uso como analogia para muitas outras coisas na vida. Se a evolução para mim é a plena liberdade, o medo é uma corrente que atrapalha o crescimento.
Enquanto escrevo aqui, o gravanço está avançando em seu processo de cozedura e o trem está começando a assobiar.
Perdemos tanto por temer. Para romper o medo é preciso enfrentá-lo e a vitória só depende da coragem de cada um.
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