Ontem foi outro dia de más notícias para os espanhóis. Embora os noticiários recordavam o segundo aniversário da conquista da Copa do Mundo, momento histórico de alegria para um povo que ama o futebol, a boa lembrança passou desapercebida por muitos. Aqui se valoriza o circo, mas sempre quando o pão está garantido. Há dois anos se comemorava com alegria e entusiasmo o gol de Iniesta, apesar da gravidade da crise econômica. Naquela época, a oposição criticava duramente qualquer medida do governo e condenava de forma veemente qualquer subida de imposto. Hoje assumindo a situação, a conduta segue igual e de maneira mais agressiva.
Desde que chegou ao poder, Mariano Rajoy não fez outra coisa que criticar o seu antecessor e responsabilizá-lo por todas as mazelas atuais, para justificar todos os cortes de gastos e reformas absurdas que realiza.
A reforma trabalhista foi uma violação aos direitos dos trabalhadores, usurpando as garantias justas dos mais fracos e dando o chicote na mão dos empresários. A nova política não fomentou a criação de novos empregos e nem o fará a longo prazo.
Há quatro anos a palavra "crise" faz parte do cotidiano do espanhol. "Austeridade" é outra que vemos, lemos, escutamos e repetimos constantemente. E quando pensamos que a situação está perto de se estabilizar, dentro da gravidade, vem o primeiro ministro e anuncia mais cortes.
O que comemorara o "acordo" conseguido para "salvar" a Espanha em outro momento, garantindo que o resgate europeu não afetaria o bolso da população, faz um discurso pra lá de demagógico para comunicar a subida do IVA, de 18 para 21%. E até pouco tempo, ele jurava de pés juntos que não tomaria essa medida.
Além da subida do Imposto de Valor Agregado, anunciou outros vários ajustes, entre eles, a suspensão do abono de Natal dos funcionários públicos e a redução do valor do seguro-desemprego no sexto mês, de 60% a 50%.
Atualmente a Espanha está sendo governada pelas autoridades da União Europeia que, apesar das experiências equivocadas com outros países europeus, continua atuando da mesma forma. Não é preciso saber muito de economia para entender que a austeridade não é a solução dos problemas em um contexto extremamente capitalista.
Enquanto os colarinhos brancos passeiam pelos corredores dos parlamentos, a massa agoniza nas ruas.
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