"Eu sou um símbolo, o desejo de consumo dos gays. O que eles querem é macho!" - respondeu o deputado Jair Bolsonaro ao repórter Maurício Meirelles do programa humorístico CQC, da Band. A pergunta era se ele iria de férias para São Francisco (EUA), assistir a Parada Gay.
Um deputado federal tem direito a 55 dias de férias, 15 salários ao ano, além de muitos outros benefícios. São funcionários que deveriam trabalhar para legilslar a favor de uma sociedade mais justa. Empregados de alto cargo que representam o povo e deveriam no mínimo, respeitar todos os cidadãos.
Esse linguajar vulgar e agressivo que perpetua a discriminação contra os homossexuais é habitual no deputado em questão. E infelizmente ele não recebe nenhuma punição por isso. Está protegido pela imunidade parlamentar que lhe assegura ampla liberdade de expressão, para que não sofra nenhum tipo de abuso ou violação. Está por cima do bem e do mal.
Existe uma parcela da sociedade que os adjetivos "canalha" e "reacionário" cabem de forma exata. Para um país que pretende ser democrático, a "liberdade de expressão" é o argumento perfeito para respaldar o livre exercício de expressar uma opinião, independente se ela agride e fere a dignidade dos demais.
Como sou gay, tenho pleno direito de responder ao deputado Jair Bolsonaro. Assim como ele não pode generalizar um coletivo, eu tampouco posso contestá-lo por todos.
Quando ele diz que é um símbolo, realmente é uma afirmação bem acertada. Ele representa a miséria humana em todos os sentidos morais. "... o desejo de consumo dos gays..." - essas palavrinhas delatam o medo do energúmeno, pois ligar sempre a homossexualidade ao sexo, é algo comum nas pessoas que não tem confirmada a sua própria sexualidade. "... o que eles querem é macho!" - provavelmente esse seja o desejo frustrado do idiota. Não digo que todos os homofóbicos sejam realmente homossexuais reprimidos, pois o preconceito contra os gays está impregnado na sociedade e o ódio é pregado há muito tempo. Mas Jair Bolsonaro é a própria caricatura do gay que foi oprimido por uma programação social terrível que impede as pessoas de serem elas mesmas. Esse ódio e esse cerceamento às pessoas LGBT nada mais é que o sentimento primitivo da inveja.
Bolsonaro inspira um sentimento ruim: pena. Esse sujeito tão mal resolvido deveria ser banido da nossa política, pois antes de entrar nela, ele já havia sido corrompido pelo medo de assumir os seus verdadeiros desejos. Não vejo muita diferença entre ele e o falecido Clodovil.
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