quarta-feira, 28 de março de 2012

Entrevista com Léo Granieri


Léo Granieri, nascido em Santos (litoral paulista), tem 35 anos. Desde pequeno, ele e seus outros dois irmãos foram incentivados pela mãe a aprenderem a tocar algum instrumento musical. Sua progenitora, na juventude, tocava acordeão, cantava em rádios e participava de programas de calouros. O violão foi o primeiro objeto para produzir músicas que ele experimentou, mas a sua paixão realmente foi o piano.
Há 15 anos trabalhando como músico pela noite, foi tecladista de bandas de pagode, axé music e sertanejo. Mas só soltou a voz , quando integrou grupos que tocavam rock, pop music, mpb e músicas dos anos 80.  E foi com a Banda Dark Room que, além de cantar vários gêneros, arriscou com o dance music, sem auxílio de samplers ou DJs. Foi um acontecimento na noites da Baixada Santista.
A carreira solo começou depois de sua segunda apresentação no programa Raul Gil, onde interpretou a versão remix de Erasure, "A Little Respect". Essa vitrine serviu para ser convidado por alguns DJs a compor e cantar suas próprias músicas.
Trabalhou  em webs rádio como Alternativa Mix, Vibe Hitz e Omega Hitz. Nesta última, ficou um ano e meio e ganhou o prêmio de melhor locutor por votação popular.
Desde o segundo semestre de 2008, quando lançou o single "Close To U", de sua própria autoria, Léo caiu na graça do público amante da house music. Em 2009, outro hit composto por ele, "When Touch Me" ficou em 3º lugar, já no segundo dia de lançamento, entre os singles mais vendidos no site Masterbeat. A partir daí, iniciou sua turnê de shows pelo Brasil. Sua primeira apresentação foi no Festival Pop Gay de Florianópolis (SC), para um público estimado de 60 mil pessoas. Depois disso, as discotecas do país inteiro aclamaram por ele
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                         When U Touch Me (original vídeo mix)_ VJ TAZO_2009

Depois de "Strange Love", assinou com a gravadora Building Records para o lançamento de "We Gotta Live Forever", com remixes de produtores como Hytraxx, Allan Natal, Tom Hopkins e Junior Dub. Esse trabalho bem sucedido está no primeiro cd da revista G Magazine, na trilha sonora da novela "Corações Feridos", do SBT, também em discos lançados pelas rádios Jovem Pam e Metropolitana.
No ano passado, sua carreira como cantor de house music foi consagrada, com sucessos lançados pela  E-Pride Music. Singles como "Jumpin' Jumpin'" e "Say That You Love Me" foram remixados por vários profissionais nacionais e internacionais, como o mexicano José Spinin, o americano Peter Barona, nosso respeitado Rafael Lelis, entre outros. Além desses dois grandes êxitos, que alcançaram o topo da Top Sellers House da Masterbeat, Léo também foi compositor e arranjador vocal da canção "Your Lies", cantada por Natália Damini, outro resultado feliz que ficou em primeiro lugar durante várias semanas no site de vendas da Masterbeat.
"Freak Out" é o seu último trabalho, realizado no final de 2011.  Música que já foi remixada por vários produtores e que contribuiu para reafirmar o reconhecimento de Léo Granieri como um dos principais nomes da House Music Brasileira.


 
1_ Podemos dizer que você se encontrou com a house music ou continua aberto a outros gêneros?
 
Levando em conta que podemos transformar quase todas as músicas feitas para a “HOUSE MUSIC” em versões acústicas, eu posso te falar que, como músico, eu poderia lançar minhas músicas em outros ritmos. Mesmo porque eu componho na maioria das vezes no piano ou no violão. Mas a house music é um gênero que me encanta.Muitas vezes um produtor pega uma música quase morta e a transforma de uma maneira que vira um HIT. Muitas vezes um remix é melhor do que uma versão pop original, por exemplo.
 
2_ A internet é uma ferramenta que globalizou o mundo. Qual a importância dela na sua carreira?
 
A internet é a responsável  pela minha música chegar até as pessoas e aos DJs que as tocam em várias baladas no Brasil e em muitos outros países. Recebo mensagens nas minhas redes sociais de vários lugares, desde o México a Tel Aviv (Israel). Sem internet não existiria nada disso. Já tive música lançada em CDs de house music em uma grande gravadora chamada Building Records. Mas que não teve tanta importância quanto o fato da internet proporcionar uma abertura muito maior, principalmente pra esse tipo de música.

3_ Conta como foi a sensação ao ouvir pela primeira vez uma música sua em uma discoteca? Quando e onde foi?

A primeira vez que eu ouvi minha música numa balada eu chorei. Foi WHEN U TOUCH ME, há uns anos atrás e eu estava com meus amigos em uma balada da região onde eu nasci e moro. O DJ ouviu a música um dia antes, gostou e pra minha surpresa tocou no dia seguinte. E eu estava lá. É um sentimento de estar no caminho certo. Sentimento de trabalho bem feito. É maravilhoso. Não dá pra explicar.

 4_ Quais são tuas referências musicais e o que você escuta quando está em casa?

Adoro músicas com muita melodia. Principalmente as músicas dos anos 80 que foi onde eu peguei minhas maiores referências: Michael Jackson, Fred Mercury, Stevie Wonder, George Michael, entre muitos outros. Dentro da House Music minhas referências estão nos anos 90, tipo ICE MC, SNAP, HADDAWAY, C&C MUSIC FACTORY, TECHNOTRONIC entre muitas outras.
 
5_ Em um contexto geral, tanto no âmbito profissional como  no pessoal, você conta com o apoio da sua família?
 
Com certeza. Minha família sempre deu apoio pra fazer o que faço hoje. Lógico que sempre há aquele medo dos pais que pensam: será que vai dar certo? Mas se a gente não tentar, nunca saberemos se vai dar certo. Músico não é bem respeitado no Brasil a não ser que você já tenha sucesso e esteja na midia e ganhando milhões. No que diz respeito ao lado pessoal, minha mãe fala: Você está feliz? Ótimo. Se está feliz e não prejudica ninguém é o que importa.
 
6_ Você é um homem bonito, famoso principalmente no ambiente LGBT, deve ser muito paquerado. Como lida com o assédio dos fãs?
 
Muitas vezes eu acho até engraçado e adoro brincar com a galera. Mesmo porque não me acho bonito. Me acho muito mais simpático do que bonito. Talvez isso chame mais atenção (eu acho!.. risos).
 
7_ Atualmente como está a sua vida sentimental? É difícil compaginar uma relação séria com a sua carreira?
Estou solteiro e carente (risos). Muitas pessoas acham que eu sou um “pegador”. Que eu fico com “um” em cada cidade em que passo. Mas não é assim que as coisas funcionam. Muitas vezes vou do Aeroporto pro hotel, depois pro show, volto pro hotel e aeroporto novamente! Essa é a maior realidade. E apesar de estar solteiro não gosto de procurar. Melhor deixar acontecer naturalmente. Um dia vai aparecer alguém bacana. (risos)
 
8_ O que opina sobre a militância LGBT? Você abraça essa causa?

Não abraço causa nenhuma. Eu simplesmente prego, em qualquer lugar em que vou e estou, que todos nós devemos ser o que somos e exigir respeito, assim como saber respeitar as diferenças também. Escrevi STRANGE LOVE que diz o seguinte: “É A NATUREZA HUMANA. NÃO PRECISO ME CRUCIFICAR. EU ME SINTO COMO OUTRA QUALQUER PESSOA.” Acho que todos tem que pensar dessa forma. Preconceito existe até mesmo entre os gays. Hoje em dia eu vejo as Paradas Gay muito mais como um evento político e comercial do que uma luta pelo respeito ao próximo. Mesmo porque a maioria vai pelo fervo. Isso é fato!
 
9_ Você esteve recentemente na Europa (e não veio nos visitar em Madri), existe algum plano de sair do Brasil?
 
Pois é. Não fui até Madri, mas tenho planos de voltar e morar em Londres ainda este ano, provavelmente no final de maio. Londres é um lugar maravilhoso que dá muito valor pra quem sabe fazer arte, isso eu pude comprovar de perto. Mas, em contraponto, lá você tem que ser muito bom, porque é muita gente boa!
 
10_ Qual é a sua maior ambição e qual é a sua filosofia de vida?

Sou muito ambicioso. Sonho em ouvir minhas músicas tocando em rádio aberta de todo o mundo! Em rádio web já toca em vários países, mas o sonho é chegar em rádio aberta. E minha filosofia de vida? Uma delas é: FAZER TUDO O QUE ME DÁ PRAZER. SE NÃO PREJUDUCAR NINGUÉM, QUE MAL TEM?

11_ O que considera importante que as pessoas saibam sobre você?

Essa é uma pergunta difícil. Mas posso dizer que eu sou o mesmo em qualquer lugar em que estou. Nunca fingi ser outra pessoa pra poder aparecer. Quem imita ou finge ser o que não é são pessoas sem personalidade. Eu sou o que eu sou. Eu sou quem eu sou. Léo Granieri com muito orgulho! (risos) Agora pra saber mais de mim,  tem que me conhecer pessoalmente. 

Quem quiser conhecer um pouco mais sobre o trabalho de Léo Granieri, é só visitar seu web site oficial: 
                                           www.leogranieri.com

Um comentário:

VAN SANTOS disse...

Simplesmente espetacular esse é o leozinho adoro de mais.