No Brasil, o que prevalece é o interesse
pessoal na maioria dos políticos. O brasileiro não tem uma ideologia política e
é incapaz de se identificar com seus representantes. Votam aleatoriamente sem
mesmo conhecer as propostas dos candidatos. Temos eleições a cada dois anos, e
mesmo antes de chegar a urna outra vez, o brasileiro não recorda do seu último
sufrágio.
Sou petista de coração, pois a ideologia e
as políticas adotadas por governantes deste partido são as que me sinto mais identificado. Fiz de
forma voluntária, campanha para a presidenta Dilma Rousseff, pois ela era a
única candidata que poderia substituir o ex-presidente Lula. Até agora, acompanhando
a forma dela de governar, estava plenamente satisfeito. Mas ontem, acabei tendo
uma decepção.
Posso entender as articulações políticas e
também o cenário de outra crise inventada pela imprensa. Mas usar como moeda de
troca, um kit educacional que promove o respeito à diversidade, no país onde
mais se cometem crimes contra as pessoas homossexuais, é inconcebível. Que a
presidenta se torne refém da bancada de fundamentalistas do Congresso é
preocupante para todos que desejam que o nosso país avance nos Direitos
Humanos.
O kit anti-homofobia, desenvolvido pelo MEC
e avalado pela UNESCO propunha reduzir nas escolas o bullying contra os
homossexuais, evitando assim, que pessoas, cuja orientação sexual seja
diferente do que é estabelecido como normal ( o que é ser normal?) não tenham
que abandonar os estudos.
É na escola onde aprendemos o senso comum
de civismo. Uma boa educação garante um cidadão civilizado e, logo, uma
sociedade melhor.
Suspender o kit anti-homofobia significa um
grande retrocesso. Quem ganha são os que se dizem cristãos; “defensores da
família, moral e bons costumes” e que não se envergonham sequer de expressar de
forma explícita suas atitudes e argumentos homofóbicos.
É inadmissível que tenhamos que ser pautados
pelos dogmas religiosos dessa gente fanática e principalmente CANALHA. Porque os
valores cristãos são opostos do que eles fazem cotidianamente.
Se conseguiram suspender o kit, fica mais
difícil de crer que a PL 122 seja aprovada.
Confio nos valores humanos da presidenta
Dilma Rousseff, sei que apesar do ambiente gris que ronda Brasília nessas
últimas semanas, ela fará uma auto-crítica e irá procurar alguma forma de
respeitar o voto de todos aqueles que viram nela, a esperança de viver num país
menos preconceituoso.
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