Eric Nepomuceno, escritor e também conhecido como tradutor e amigo de Gabriel Garcia Márquez, Leonardo Boff, Emir Sader e Chico Buarque criaram um manifesto de apoio à Dilma Rousseff e estão articulando adesões de outros artistas e intelectuais.
O documento será entregue no próximo dia 18 à candidata petista em um evento político organizado pelo grupo no Teatro Oi Casagrande, no Leblon, Rio de janeiro.
Transcrevo aqui o texto:
À NAÇÃO
Em uma democracia nenhum poder é soberano.
Soberano é o povo.
É esse povo – o povo brasileiro – que irá expressar sua vontade
soberana no próximo dia 3 de outubro, elegendo seu novo Presidente e 27
Governadores, renovando toda a Câmara de Deputados, Assembléias
Legislativas e dois terços do Senado Federal.
Antevendo um desastre eleitoral, setores da oposição têm buscado
minimizar sua derrota, desqualificando a vitória que se anuncia dos
candidatos da coalizão Para o Brasil Seguir Mudando, encabeçada por
Dilma Rousseff.
Em suas manifestações ecoam as campanhas dos anos 50 contra Getúlio
Vargas e os argumentos que prepararam o Golpe de 1964. Não faltam
críticas ao “populismo”, aos movimentos sociais, que apresentam como
“aparelhados pelo Estado”, ou à ameaça de uma “República Sindicalista”,
tantas vezes repetida em décadas passadas para justificar aventuras
autoritárias.
O Presidente Lula e seu Governo beneficiam-se de ampla aprovação da
sociedade brasileira. Inconformados com esse apoio, uma minoria com
acesso aos meios, busca desqualificar esse povo, apresentando-o como
“ignorante”, “anestesiado” ou “comprado pelas esmolas” dos programas
sociais.
Desacostumados com uma sociedade de direitos, confunde-na sempre com uma sociedade de favores e prebendas.
O manto da democracia e do Estado de Direito com o qual pretendem
encobrir seu conservadorismo não é capaz de ocultar a plumagem de uma
Casa Grande inconformada com a emergência da Senzala na vida social e
política do país nos últimos anos. A velha e reacionária UDN reaparece
“sob nova direção”.
Em nome da liberdade de imprensa querem suprimir a liberdade de expressão. A imprensa pode criticar, mas não quer ser criticada.
É profundamente anti-democrático – totalitário mesmo – caracterizar
qualquer crítica à imprensa como uma ameaça à liberdade de imprensa. Os
meios de comunicação exerceram, nestes últimos oito anos, sua atividade
sem nenhuma restrição por parte do Governo. Mesmo quando acusaram sem
provas.
Ou quando enxovalharam homens e mulheres sem oferecer-lhes direito de
resposta. Ou, ainda, quando invadiram a privacidade e a família do
próprio Presidente da República.
A oposição está colhendo o que plantou nestes últimos anos. Sua
inconformidade com o êxito do Governo Lula, levou-a à perplexidade. Sua
incapacidade de oferecer à sociedade brasileira um projeto alternativo
de Nação, confinou-a no gueto de um conservadorismo ressentido e
arrogante. O Brasil passou por uma grande transformação.
Retomou o crescimento. Distribuiu renda. Conseguiu combinar esses
dois processos com a estabilidade macroeconômica e com a redução da
vulnerabilidade externa. E – o que é mais importante – fez tudo isso
com expansão da democracia e com uma presença soberana no mundo.
Ninguém nos afastará desse caminho. Viva o povo brasileiro.
Além dos nomes citados acima, assinam também o documento, um dos arquitetos mais conhecidos no mundo, Oscar Niemeyer e muitos outros artistas e intelectuais relevantes da sociedade brasileira.
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