Estudos científicos revelam que o
escaneamento dos cérebros de pessoas apaixonadas mostra uma grande semelhança
com indivíduos portadores de uma doença mental. Amar é pura loucura.
É óbvio que existem diversos conceitos sobre
o amor, mas esse que une duas pessoas desconhecidas de forma imediata, que
muitas vezes chamamos de paixão, é pura insanidade. Quantas coisas não fazemos
quando estamos apaixonados, fugimos do próprio sentido da razão e perdemos o
juízo de forma literal. Mas acredito que
não há nada mais prazeiroso nessa vida que estar louco de desejo e ternura.
Independente dos conceitos que foram
criados e estabelecidos para o amor romântico, pois esse assunto é bastante
complexo e rende infinitos debates, é certo que hoje, em um país com quase
duzentos milhões de habitantes, não se fala ou se pensa em outra coisa. Afinal,
hoje é dia dos namorados no Brasil.
Nos países anglo-saxões a data é comemorada
no dia 14 de fevereiro, dia da morte de São Valentim, o bispo que morreu por
continuar celebrando casamentos, contrariando a proibição do Imperador Cláudio
II (Roma antiga), que em época de guerra, acreditava que os solteiros eram
melhores soldados. Desprezando o pragmatismo e enaltecendo o romanticismo, o
religioso foi condenado à morte e tornou-se o santo do amor e da amizade. Essa
data festiva foi estendida a outros países da América do Sul e também da Europa
latina, no século passado.
No Brasil, o dia dos apaixonados também
está pautado de alguma forma por um santo católico. A ideia trazida de Portugal
(que atualmente se rendeu a Valentim) que comemorava essa data por ser um dia
anterior ao de Santo Antonio (13 de junho), o santo casamenteiro , que era
português.
O certo é que hoje no Brasil, milhões de
casais trocam presentes, reiteram juras de amor e lotam motéis. E também,
milhões de solteiros inconformados vêem como a solidão dos corações acaba
especialmente potencializada. Não tenho dúvida de que até os agnósticos de
plantão, motivados pelas circunstâncias comerciais estabelecidas, não descartam
a hipótese de virar alguma imagem de Santo Antônio de cabeça para baixo, para
colocar a esperança para cima.
É muito bom estar com alguém e viver uma
história de amor. Mas não devemos condicionar exclusivamente a nossa felicidade
a este fato. Sou e somos milhões de solteiros que desconhecemos a tristeza de
estarmos sozinhos.