domingo, 12 de junho de 2011

Entre Valentim e Antonio


Estudos científicos revelam que o escaneamento dos cérebros de pessoas apaixonadas mostra uma grande semelhança com indivíduos portadores de uma doença mental. Amar é pura loucura.
É óbvio que existem diversos conceitos sobre o amor, mas esse que une duas pessoas desconhecidas de forma imediata, que muitas vezes chamamos de paixão, é pura insanidade. Quantas coisas não fazemos quando estamos apaixonados, fugimos do próprio sentido da razão e perdemos o juízo de forma literal.  Mas acredito que não há nada mais prazeiroso nessa vida que estar louco de desejo e ternura.
Independente dos conceitos que foram criados e estabelecidos para o amor romântico, pois esse assunto é bastante complexo e rende infinitos debates, é certo que hoje, em um país com quase duzentos milhões de habitantes, não se fala ou se pensa em outra coisa. Afinal, hoje é dia dos namorados no Brasil.
Nos países anglo-saxões a data é comemorada no dia 14 de fevereiro, dia da morte de São Valentim, o bispo que morreu por continuar celebrando casamentos, contrariando a proibição do Imperador Cláudio II (Roma antiga), que em época de guerra, acreditava que os solteiros eram melhores soldados. Desprezando o pragmatismo e enaltecendo o romanticismo, o religioso foi condenado à morte e tornou-se o santo do amor e da amizade. Essa data festiva foi estendida a outros países da América do Sul e também da Europa latina, no século passado.
No Brasil, o dia dos apaixonados também está pautado de alguma forma por um santo católico. A ideia trazida de Portugal (que atualmente se rendeu a Valentim) que comemorava essa data por ser um dia anterior ao de Santo Antonio (13 de junho), o santo casamenteiro , que era português.
O certo é que hoje no Brasil, milhões de casais trocam presentes, reiteram juras de amor e lotam motéis. E também, milhões de solteiros inconformados vêem como a solidão dos corações acaba especialmente potencializada. Não tenho dúvida de que até os agnósticos de plantão, motivados pelas circunstâncias comerciais estabelecidas, não descartam a hipótese de virar alguma imagem de Santo Antônio de cabeça para baixo, para colocar a esperança para cima.
É muito bom estar com alguém e viver uma história de amor. Mas não devemos condicionar exclusivamente a nossa felicidade a este fato. Sou e somos milhões de solteiros que desconhecemos a tristeza de estarmos sozinhos. 


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