Todos os domingos e a maioria dos feriados,
abro a janela da sala e observo a maré humana que percorre as ruas do meu
bairro. Moro no centro de Madri onde acontece
a maior feira a céu aberto da Espanha.
Em 1497 foi instalado o primeiro matadouro
municipal neste lugar. O nome “El Rastro” foi concebido devido ao rastro de
sangue deixado pelas reses, que escorria ladeira abaixo para terminar no
Manzanares, principal rio da capital espanhola.
O mercado medieval ao ar livre é um dos
pontos turísticos mais visitados da península ibérica. É impossível classificar
todos os artigos que são comercializados nessa gigante feira do rolo. Quadros,
livros, móveis, objetos de decoração, muitas antiguidades e também novidades. Produtos novos e usados, coisas que a gente
nem sonha que ainda existam ou nem imaginava que existissem. E o que
caracteriza esse tipo de comércio pelo mundo afora, não poderia deixar de ser
igual no “Rastro” madrilense: preço barato. E ainda assim, pechinchar também é
outra característica que não pode faltar.
É na madrugada que os comerciantes começam
a montar suas barracas. A partir das sete da manhã, as pessoas começam a chegar.
“Ribeira dos Curtidores” é a rua principal do mercado, e os quarteirões
paralelos à ela constroem a própria feira em si, onde a maioria dos produtos
são expostos no chão das calçadas, o que não ocorre na “Ribeira”, pois nela as
barracas são “obrigatórias”.
O maior cuidado que o visitante deve ter é o mesmo recomendado em todos os lugares
turísticos do mundo: tomar conta da carteira e da bolsa. Os carteiristas estão
por todas as partes e, apesar do policiamento reforçado, a cada domingo, vários
turistas acabam tendo o desgosto de serem furtados.
O fluxo de gente atinge o seu ápice ao meio
dia e duas horas depois, começa a diminuir gradativamente e, às quatro horas da
tarde, os comerciantes já estão recolhendo suas mercadorias. É nessa hora que
os bares do bairro vizinho, “La Latina”, começam a encher. É o momento para o
aperitivo, descanso e descontração com a família e os amigos.
Além dos eventos dominicais, “El Rastro” é
um bairro conhecido também pelos brechós, sebos e antiquários que funcionam
diariamente. Está localizado no centro
histórico de Madri, onde a cidade foi construída e definida como capital da
corte espanhola.
Quando vier por aqui, tenha o cuidado
especial para programar um domingo por essa região que é a mais castiça, a mais
madrilena.
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