quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Javier Bardem, "Biutiful" e "Uonderful"


Embora o Oscar seja considerado o prêmio da indústria cinematográfica, cujos critérios são questionados constantemente, não podemos negar a evidência de que qualquer profissional do cinema que seja indicado a concorrer a estatueta dourada entra no rol da consagração. 

Em 2001, Javier Bardem foi indicado ao Oscar de melhor ator por interpretar o escritor cubano Reinaldo Arenas no filme “Antes que Anochezca” (Antes do Anoitecer) e a partir disso o seu nome passou a ser conhecido internacionalmente.

Javier vem de uma família ilustre de artistas. Sua árvore genealógica está formada por grandes nomes do cinema e do teatro espanhol. Sua estreia na tela grande foi aos onze anos, com uma pequena participação em "El poderoso influjo de la Luna" (O Poderoso Influxo da Lua), protagonizada pela sua mãe, Pilar Bardem. Teve aparições esporádicas em algumas séries de televisão nos anos oitenta e em 1990 voltou a aparecer no cinema, em “Las edades de Lulú” (As Idades de Lulú), de Bigas Luna. Trabalhou sob a direção de Pedro Almodóvar, no ano seguinte, no filme “Tacones Lejanos” (De Salto Alto) e em 1992 tornou a atuar sob o mando de Bigas Luna, protagonizando com Jordi Mollá e Penélope Cruz, “Jamón, Jamón” (Presunto, Presunto), filme que os projetaram  à fama em esfera nacional, apesar das críticas.
Trabalhou com os maiores cineastas espanhóis ao longo de sua carreira e depois de protagonizar a película de Alejandro Amenábar, “Mar Adentro”,  chamou a atenção de diretores de outros países, pelo seu excelente trabalho.

Sua segunda indicação ao prêmio mais cobiçado do cinema mundial foi em 2007, por seu papel em Onde os Fracos Não Têm Vez”,  como ator coadjuvante e conseguiu levá-lo para casa, tornando-se o primeiro ator espanhol a receber um Oscar.

Para mim, Javier Bardem é um ator completo e recebo com grande alegria a notícia de que foi indicado pela terceira vez ao Oscar, pelo seu trabalho em “Biutiful”, do mexicano Alejandro González Iñárritu . Isso é sinônimo de que sua carreira está mais que consolidada.

Na vida pessoal, ele também deve estar muito feliz. Casado com a atriz espanhola  mais internacional, Penélope Cruz (também ganhadora de um Oscar), acabam de ser pais de um menino. Se o primogênito do casal seguir o caminho dos progenitores, o sobrenome Bardem continuará brilhando nas telas espanholas e do mundo.


quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Ofra Haza




A voz de Ofra Haza penetra pelo coração e faz a alma tremer.
Nascida em Tel Aviv, filha de judeus iemenitas, Ofra foi uma das cantoras mais relevantes de Israel.
Em 1974, ganhou um concurso musical de esfera nacional em seu país, quatro anos depois, lançou seu primeiro disco. Em 1983 participou no Festival Eurovisão e ficou em segundo lugar.
Nos anos seguintes, optou por diversificar seu gênero musical, alternando o pop com um estilo mais  étnico, cantando em árabe, hebraico e aramaico.
Com a finalidade de alcançar projeção internacional, em 1987, mudou-se para os Estados Unidos, mas não deixou de manter relação estreita com sua terra natal.
No final da década de oitenta, com a música "Im Nin' Alu" (alguns trechos da canção é interpretada em inglês, com sonoridades do Médio Oriente) fez sucesso na Europa, Canadá, Estados Unidos e Japão.
Foi nomeada para os Grammy nos anos noventa. Participou da cerimônia de atribuição do Prêmio Nobel da Paz, em 1994, onde foram ganhadores Yasser Arafat, Shimon Perez e Yitzhak Rabin, por motivo do Acordo de Paz de Oslo.
Em mais de duas décacas de carreira, Ofra nos brindou com uma discografia ampla e eclética. Independente do estilo que cantava, a sua voz foi seu maior instrumento.
No dia 23 de fevereiro de 2000, Ofra Haza perdia a vida em decorrência as complicações associadas ao HIV, embora a família nunca confirmou as circunstâncias de sua morte.


Escutei Ofra Haza por primeira vez quando assisti o filme francês "A Rainha Margot" (com Isabelle Adjani). Quando os créditos da película aparecem, surge a voz dela cantando "Eloi Hai", em hebraico.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Movida Madrileña


“...Segue a movida madrileña
Também te mata Barcelona
Napoli, Pino, Pi, Paus, Punks...”

Na canção “Vaca Profana”, Caetano Veloso menciona a movida madrileña em uma de suas estrofes e provavelmente, graças a essa espécie de mosaico cultural em forma de música, é que a maioria dos brasileiros ouviu falar sobre o assunto por primeira vez.
Na Espanha, os anos sessenta e setenta, foram vividos todos juntos, nos anos 80. Depois da opressão de uma ditadura de quase quarenta anos (1939-1975), Madri foi o cenário da grande revolução cultural que ocorreu naquela época e que logo se espalhou para o resto do país, em plena fase de transição à democracia. A movida madrileña foi o movimento punk espanhol.


No dia 09 de fevereiro de 1980, na Escola de Caminhos da Universidade Politécnica de Madri, vários cantores jovens se uniram para a realização de um show com a finalidade de homenagear a José Enrique Cano, o “Canito”, baterista do grupo “Tos” (que logo passou a se chamar “Los Secretos”), que perdera a vida ao ser atropelado por um carro no reveillón de 1979. Não eram conscientes de que o evento seria considerado oficialmente, tempos depois, como o início da “movida”.  Televisionado pela TV estatal espanhola, a apresentação dos grupos chocou aos que estavam acostumados a um padrão estético mais conservador e os agrediram com a falta de harmonia e qualidade nas canções apresentadas por músicos inexperientes.
A movida teria acontecido de qualquer maneira, independente do show daquele dia. Através da música, cinema, televisão, poesia, fotografia e outras formas de expressões, vários artistas manifestaram livremente suas ideias e inquietações. Foram seguidos por uma sociedade que carecia de novidade e criatividade.
O ambiente daquela época era de que tudo era permitido. A cultura dos bares e discotecas, evidenciou a bohemia e o que poderia ser considerado extravagante. 

  

 Na televisão, o programa “La Edad de Oro”, dirigido e apresentado por Paloma Chamorro, foi a maior vitrine da movida madrileña e a jornalista, consequentemente, sua maior musa. Nele, os entrevistados falavam sobre sua arte sem nenhuma censura. Também declaravam o uso habitual de várias drogas como estimulantes para a criação. Tudo era possível e divertido. 


Pedro Almodóvar  foi a maior estrela que surgiu naquela época e que alcançou projeção internacional e que se mantém até hoje no estrelato.  Atuava no teatro e era cantor de rock-punk, onde se apresentava travestido ao lado de Fábio McNamara. Como diretor, cultuou o marginal em seus filmes de forma ácida e crítica. Em sua filmografia, não há nenhum drama sem comédia e nenhuma comédia sem drama. Soube colocar os holofotes para a realidade do subterrâneo e que para a maioria dos conservadores e otimistas, era apenas o surrealismo de um jovem desvairado. 
A Espanha precisava mudar sua imagem de careta e reprimida. Necessitva se livrar dos resquícios da mão dura de Franco. Por isso, toda a transgressão foi respaldada principalmente pela classe política de esquerda. Queriam mostrar um país democrático, novo e principalmente, moderno.


 É difícil sintetizar a importância da movida. Aqueles anos foram  complexos e deixaram de herança uma multipluralidade de tendência e comportamento. É uma delícia esmiuçar o universo daquela época. No youtube, podemos ver apresentações de vários grupos musicais, entrevistas, inclusive, os programas de Paloma Chamorro. Mergulhar no passado recente da Espanha nos ajuda a entender melhor o seu presente. E constatando a eficiência da teoria de que no mundo tudo é cíclico, compreendemos a falta atual de grandes novidades por aqui.


sábado, 1 de janeiro de 2011

Feliz 2011

É bom começar o ano cheio de emoções. A despedida de Lula do poder e a posse de Dilma Rousseff proporcionaram imagens que entram para a história da nossa política.
Que a primeira presidente eleita saiba dar continuidade aos acertos de Lula e que também possa corrigir as pequenas falhas. 

                                                     Feliz Ano Novo
                                               Glückliches Neues Jahr
                                                            Nytar
                                                      Feliz Año Nuevo
                                                  Felicigan Novan Jaron
                                                Heureuse Nouvelle Année
                                                          Feliz Aninovo
                                                            Shaná Tová
                                                          Happy New Year
                                                         Felice Nuovo Anno
                                              Akemashite Omedetou Gozaimasu