Morre um dos maiores escritores da literatura universal contemporânea. Um dos pensadores mais lúcidos da nossa época.
A trajetória de vida de José Saramago é uma grande história por si mesma. Um autodidata que contribuiu com o enaltecimento da nossa língua portuguesa e que mereceu prêmios tão importantes como Camões e Nobel, apesar dele mesmo dizer, que os prêmios são importantes, mas que no fundo, são insignificantes.
Sua visão sobre as religiões e sobre Deus, sempre causou muitas polêmicas. Seu último livro, editado no ano passado, “Caim”, ganhou o repúdio imediato da retórica Igreja Católica.
Quando ele e Fernando Meirelles estiveram aqui em Madri, em 2009, por motivo da promoção do filme “Ensaio Sobre a Cegueira”, obra de Saramago que foi levada ao cinema pelo nosso ilustre diretor, tive a oportunidade de participar da coletiva de imprensa. Foi um prazer inenarrável escutá-lo. Quando saimos de lá, eu e meu amigo Sandro (jornalista que me proporcionou esse momento), compartilhávamos um sentimento de euforia misturado com serenidade. Almas lavadas.
Hoje, Fernando Meirelles disse: “A lucidez naquele grau é um privilégio de poucos, não consigo escapar do clichê, mas definitvamente o mundo ficou ainda mais burro e ainda mais cego hoje".
José Saramago viveu 87 anos. Deixa um legado de sabedoria perpetuado em palavras, duras e doces palavras...
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