quinta-feira, 11 de março de 2010

11-M

Há examente seis anos, Madri sofria o pior atentatado terrorista da história da Europa. Uma grande tragédia.
Recordo que naquele dia, quando acordei, com o barulho dos helicópteros e as sirenes das ambulâncias, suspeitei que algo havia ocorrido. Liguei a televisão e vi imagens que não sairão nunca da minha cabeça. Há poucas quadras da minha casa, na estação de trem principal da capital espanhola, perdiam a vida, 192 pessoas. Mais de 2000 ficaram feridas. É  triste saber que por detrás destes números exatos, existem várias famílias que passaram pelo pior dia de suas vidas. Essa cifra se multiplica uma e outra vez, sendo impossível calcular a exatidão dos estragos humanos causados.
Esse dia foi decisivo para mudar a história contemporânea do país onde moro. Pois três dias depois, ocorreria as eleições. De acordo com as pesquisas, o Partido Popular, representado por Mariano Rajoy, continuaria governando. Mas devido a atitude imoral e canalha, tão peculiar na direita da maioria dos países, houve uma grande mudança. O porta voz do governo, Angel Acebes, saiu na televisão dando por certo que a autoria da barbaridade era o grupo terrorista basco ETA. Quando no mundo inteiro já se sabia que o grupo de Osama Bin Laden era o verdadeiro autor. O medo do governo atual da época era, declarar que foram os islâmicos que haviam atentado contra a Espanha, cumprindo a promessa de vingança pelo apoio incondicional do Sr. José Maria Aznar à guerra imoral (todas guerras são imorais, algumas são explicitamente mais visíveis que outras) do Iraque.
O povo espanhol, indignado com a mentira de seus governantes, não teve dúvidas em votar à oposição.
Mas independente das tramas políticas, o que me faz lembrar é que neste dia, via o terror e a tristeza estampados na cara de todos que cruzavam na minha frente. Era luto e medo coletivo. O cheiro da morte estava impregnado em todos os lugares, o rancor e a indignação dos espanhóis se viram refletidos nas urnas, três dias depois, no dia 14 de março.

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